sábado, 26 de janeiro de 2008

Polícia estreita cerco a palestinos no Egito

JORGE FUENTELSAZ



da Efe, em Al Arish, egito




Mais de 3.500 policiais ocuparam neste sábado as estradas que levam à fronteira de Rafah, para evitar que os palestinos que continuam fugindo de Gaza cheguem a outras localidades no Egito.




Os postos policiais e as medidas de segurança impostas na estrada que liga Rafah a Al Arish, na Península do Sinai, multiplicaram-se na manhã deste sábado.




Os agentes de segurança obrigaram todos os cidadãos e veículos palestinos que se dirigem a Al Arish, ou tentam entrar no país com a intenção de chegar ao Cairo, a darem a volta e retornar à faixa de Gaza.




Os motoristas de veículos particulares e os passageiros de táxis são obrigados a mostrar seus documentos, em várias ocasiões, no trajeto entre Rafah e Al Arish.




Os controles no Canal de Suez --que separa a península do Sinai do resto do país-- foram reforçados, para obrigar os cidadãos palestinos a retornarem à Gaza, o que gerou muitos engarrafamentos nos dois sentidos.




As novas medidas impostas pelas autoridades egípcias, no entanto, não impediram que centenas de palestinos continuassem tentando chegar a Al Arish e, inclusive, muitos conseguiram burlar os postos, completando a pé parte do caminho para a cidade.




O Egito, por enquanto, não pretende impedir a entrada de palestinos oriundos de Gaza em seu território, pelo menos até que consigam os produtos de que necessitam, disse neste sábado o governador do Norte do Sinai, Ahmad Abdel Hamid.




Em declarações à agência oficial de notícias Mena, Hamid disse que foram colocadas à disposição grandes quantidades de mercadorias para satisfazer as necessidades dos palestinos, graças à colaboração dos ministérios de Solidariedade Social e de Indústria.




Fontes de segurança apontaram que é previsível o fechamento da fronteira nas próximas 48 horas, para dar tempo de os palestinos se abastecerem e atravessarem de volta para Gaza.




As mesmas fontes assinalaram que tem se tentado reduzir a chegada de produtos, principalmente alimentícios, tanto em Al Arish quanto em Rafah, para forçar o retorno dos palestinos.




Muitos produtos, além de começarem a se tornar escassos, duplicaram de preço, como a gasolina.




A polícia egípcia voltou a permanecer na fronteira entre o Egito e Gaza, depois de ter se retirado, na sexta-feira, após uma primeira tentativa fracassada de fechar o local.




Os guardas se limitaram a observar e a controlar a passagem dos palestinos que continuam entrando e saindo do Egito.




Centenas de veículos palestinos, de carros de passeio a caminhões, uniram-se neste sábado às centenas de milhares que seguem a pé.




Os palestinos que atravessam a fronteira afirmam que buscam escapar do ambiente opressor vivido em Gaza, além de comprar os produtos que estão em falta, enquanto outros estocam mercadorias, prevendo um possível negócio.




Todos sabem que, dentro de alguns dias, a fronteira será fechada novamente e, por isso, aproveitam enquanto é tempo.



do http://www1.folha.uol.com.br

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