Empresas anunciaram nesta semana que estudam uma fusão.
Para que a união se concretize, regras de telefonia no Brasil precisam mudar.
EDUARDO CUCOLO Do G1, em São Paulo
A possível compra da operadora de telefonia Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar) divide a opinião de analistas e órgãos de defesa do consumidor em relação aos efeitos para o consumidor.
Para alguns, será criada uma empresa mais forte para concorrer no mercado de telecomunicação. Para outros, haverá apenas uma concentração maior do setor, o que resultará em piora dos serviços e aumento de preços.
A Oi (ex-Telemar) negocia a compra da operadora Brasil Telecom (BrT) por R$ 4,8 bilhões.
Juntas, as duas empresas estariam presentes na telefonia fixa e celular em todo o país, com exceção de São Paulo, estado onde a Oi possui uma licença de celular, mas que ainda não está em operação.
Pelas regras atuais do mercado de telefonia no Brasil, os mesmos acionistas não podem ter o controle das áreas de concessão que atualmente estão nas mãos de Oi e BrT. Mas o governo já sinalizou que está disposto a derrubar essa restrição, com o objetivo de permitir a criação de uma operadora nacional para concorrer com a espanhola Telefónica e a mexicana Telmex (dona da Embratel).
A Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp) diz que a possível aquisição não será benéfica para o consumidor, pois vai reduzir o número de empresas e a competição no setor.
“Da maneira que está avançando esse processo, os únicos que vão ganhar são os acionistas. Quem vai perder será a concorrência e o consumidor. Haverá preços maiores e serviços piores”, diz o presidente da associação, Luis Cuza.
Para Vanessa Vieira, advogada do instituto de defesa do consumidor Proteste, o efeito para o consumidor será diferenciado de acordo com a região do país. Entre os locais beneficiados estaria o estado de São Paulo, onde as duas empresas ainda não atuam.
“A fusão criaria uma nova empresa de abrangência nacional, o que poderia ajudar a competitividade em muitos estados. Mas, em outras localidades, ela teria o monopólio e haveria um prejuízo para o consumidor.”
Para Valder Nogueira, analista do Santander, o benefício para o consumidor dependeria da estratégia adotada pela nova companhia. Ele acredita que as duas empresas, juntas, terão a mesma força competitiva que elas possuem separadamente.
“As empresas podem ser mais competitivas oferecendo, por exemplo, ligações dentro da sua área a preços locais. Isso para o consumidor seria muito bom, mas depende de qual seria a estratégia dessa empresa.”
A analista Jacqueline Lison, da corretora Fator, lembra que a nova empresa se tornaria a maior companhia de telefonia do Brasil.
“Caso a operação seja confirmada, consideramos a notícia positiva para a Oi, que pagará um preço justo pelos excelentes ativos da Brasil Telecom e se tornará a maior operadora de telecomunicações do país, com faturamento anual de aproximadamente R$ 25 bilhões.”
Outra analista do setor, que preferiu não se identificar, avalia que os bons resultados para as empresas não devem se refletir em um aumento da competição.
“Para as empresas, em termos estratégicos, é excelente. Mas, em relação à concorrência, haverá a perda de um competidor”, diz a analista. “Você, com certeza, reduz a concorrência quando concentra essas áreas em uma única empresa.”
do site:
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL256557-9356,00-FUSAO+OIBRASIL+TELECOM+DIVIDE+OPINIAO+DE+ANALISTAS.html
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