Marcela Spinosa
Cerca de 700 motoboys, de acordo com a Polícia Militar, realizaram ontem o segundo protesto da categoria no ano. Desta vez, o ato foi organizado pelo Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo (Sindimotosp). Eles saíram das regiões norte, sul, leste e oeste, às 8h30, para entregar uma pauta de reivindicações na Prefeitura e na Câmara. A manifestação terminou quase cinco horas mais tarde, às 13 horas, com a promessa de uma reunião com o secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, e uma audiência pública na Câmara no próximo dia 6. Mas ontem a Prefeitura disse, por intermédio de nota, que as medidas serão mantidas.
Apesar de o protesto ter provocado lentidão nos pontos por onde passou, a CET informou que o impacto no trânsito da cidade foi pequeno. Após saírem ao mesmo tempo de quatro pontos da cidade, os motoboys ocuparam durante o trajeto faixas de vias como a Radial Leste, avenidas Santos Dumont, Brigadeiro Faria Lima, Rebouças e Consolação. O trânsito na região central se complicou quando chegaram à Prefeitura, por volta das 9 horas, quando chegaram à Praça do Patriarca.
Na Prefeitura, as lideranças do sindicato entregaram a pauta de reivindicações a assessores do prefeito. O documento tinha quatro reivindicações: a criação de faixas exclusivas nas marginais, em vez da proibição da circulação de motos nas pistas expressas; o veto de um projeto de lei que regulamenta o motofrete sob a alegação de que a nova lei 14.491/2007 já regulou a classe; e ajustes em alguns pontos da lei 14.491: que as motos não precisem ter no máximo 8 anos de uso, a não obrigatoriedade do acessório ‘mata-cachorro’, que as motos possam ser cadastradas em nome de terceiros na Secretaria dos Transportes e que o seguro seja opcional.
A categoria também é contra o reajuste de 38% no seguro obrigatório. Os representantes da categoria saíram otimistas do encontro, mas a Prefeitura informou que não cederá e manterá a restrição experimental nas Marginais. Entre os manifestantes, o motoboy Luciano da Silva, de 23 anos, acusa o governo de tomar atitudes discriminatórias.“Proibir nas Marginais? Isso é preconceito, nunca vai dar certo”, disse, erguendo o capacete para manifestar apoio às palavras que vinham do palanque. “Vamos parar a cidade!”, gritou.
Após o ato na Prefeitura, os motoboys seguiram para a Câmara. Lá, eles entregaram a pauta de reivindicações a seis vereadores que os receberam. “O resultado foi positivo porque antes eles nem queriam sentar”, afirmou o presidente do Sindomotosp, Gilberto Almeida dos Santos. O Sindimotosp informou que, enquanto o diálogo continuar aberto, não haverá novas manifestações.
DISCIPLINA
O governador José Serra defendeu ontem a adoção de medidas “rigorosas” para disciplinar o tráfego de motocicletas - necessárias em razão do grande aumento no número desses veículos. Serra disse que as medidas de controle e restrição do trânsito são necessárias até para reduzir os acidentes.
Em São Paulo, a frota cresceu 15% em 2007, chegando a 645 mil motos, segundo o Detran.
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