Agencia Estado
O banco francês Société Générale informou que uma fraude relacionada à atividade de um operador irá resultar em uma perda de 4,9 bilhões de euros (cerca de US$ 7,1 bilhões), e anunciou uma baixa contábil adicional de 2,05 bilhões de euros de ativos ligados às hipotecas de segunda linha (subprime) nos Estados Unidos. O banco afirmou que planeja levantar 5,5 bilhões de euros em capital "nas próximas semanas", para cobrir parte das perdas.
O segundo maior banco francês por valor de mercado afirmou que a baixa contábil e as perdas relacionadas ao incidente de operação irão levá-lo a registrar um lucro líquido entre 600 milhões e 800 milhões de euros para o ano de 2007.
O Société General afirmou que detectou um caso de "fraude excepcional", devido a sua natureza e alcance nos mercados franceses no último fim de semana. Segundo o banco, o operador é responsável pelas operações de proteção (hedge) de derivativos futuros "plain vanilla" nos índices acionários europeus e tomou enormes posições fraudulentas direcionais em 2007 e 2008 além de sua autoridade limitada, abusando do conhecimento dos sistemas de segurança do grupo.
O SocGen disse que o operador admitiu os delitos e que "um procedimento de demissão foi iniciado". Além disso, seus supervisores imediatos também vão deixar o banco. Autoridades do SocGen afirmaram que o funcionário que protagonizou a fraude é um homem de cerca de 30 anos e trabalha no banco desde 2000. O executivo chefe do banco, Daniel Bouton, falou que as ações do operador são "inexplicáveis" e que ele não teria se beneficiado diretamente da fraude. Bouton acrescentou que o banco está confiante de que não serão descobertas novas operações fraudulentas.
Se comprovado, o incidente do Société Générale supera de longe um dos casos mais notórios na história corporativa global, do rombo de US$ 1,3 bilhão atribuído a Nick Leeson em 1995.
As ações do SocGen fecharam ontem cotadas a 79,08 euros e ainda não começaram a ser negociadas hoje. A Euronext não soube informar quando as ações vão começar a ser negociadas.
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito (rating) do SocGen de AA para AA- logo após o anúncio. Pouco depois, outra agência de classificação de risco, a Standard & Poors Ratings, colocou o rating de crédito de contraparte de longo prazo "AA" do banco francês Société Generale (SocGen) e suas subsidiárias em observação (creditwatch), com implicações negativas. Ao mesmo tempo, a S&P afirmou o rating de crédito de contraparte de curto prazo do SoGen em "A-1+". As informações são da Dow Jones.
do http://www.atarde.com.br
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