segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Secretaria de Saúde confirma suspeita de febre amarela no DF

Homem de 38 anos passou o réveillon em Pirenópolis (GO) e foi internado no dia 4.Seu estado é considerado grave pelos médicos do Hospital Santa Luzia.


Do G1, em Brasília

O secretario de Saúde do Distrito Federal, Geraldo Maciel, informou nesta segunda-feira (7) que há forte supeita de um homem de 38 anos, internado em estado grave na UTI do Hospital Santa Luzia, em Brasília, ter contraído febre amarela.



O secretario informou ainda que há dois outros casos de suspeita de febre amarela, porém, exames preliminares indicaram que os pacientes não contraíram a doença. Um deles, de uma mulher de 29 anos, proveniente de um assentamento rural próximo a Planaltina de Goiás, foi diagnosticado inicialmente como Leishmaniose.



O outro caso é de um homem de 34 anos, morador de São Sebastião, cidade-satélite do DF, que faleceu há dois dias. Segundo o secretário de Saúde, "nada foi evidenciado que possa sugerir febre amarela". Foi feita nesta segunda-feira uma necropsia no corpo para detectar a causa da morte.



Segundo Geraldo Maciel, "não há razão para se alarmar no DF. Temos que estar atentos, mas não há motivo para se alarmar".




Laudo


O homem internado no Hospital Santa Luzia passou o réveillon em Pirenópolis (GO) e mora no Lago Norte, bairro nobre da capital que fica próximo ao Parque da Água Mineral, interditado pela Secretaria de Saúde do DF no final de 2007 depois que macacos foram encontrados mortos no local com suspeita de febre amarela.



O paciente não era imunizado contra febre amarela. De acordo com o infectologista do Hospital Santa Luzia, Henrique Marconi, o paciente tem evoluído a um estado cada vez mais crítico e de forma rápida. "Quando o pacente chegou, à tarde, ainda conseguia conversar. À noite, ele já estava respirando por aparelhos. Passamos a realizar exames a cada seis horas e observamos um quadro grave de evolução dramática", afirmou.

A febre amarela é confirmada pelo exame de sorologia realizado depois do sétimo dia a partir dos primeiros sintomas, ou antes, por meio de biópsia hepática, o que não é indicada no caso de Graco devido ao seu estado de saúde. Clinicamente, já foram excluídas outras infecções virais, entre elas hepatite e dengue.

O laudo médico informa que o paciente é mantido por aparelhos respiratórios, medicações e hemodiálise, por estar com síndrome de disfunção de múltiplos órgãos, que significa insuficiência hepática, insuficiência respiratória, insuficiência renal agudas.



Febre amarela


O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (7) o remanejamento de 300 mil doses de vacinas dos estados do Amazonas, Minas Gerais e Paraná para o Distrito Federal. O ministério quer priorizar o atendimento de localidades com notificação de macacos mortos próximos a áreas urbanas, como ocorreu em Goiás e no DF.

Para o Ministério da Saúde, a aproximação da febre amarela das áreas urbanas é preocupante. Por isso, além do reforço no número de vacinas, vai montar postos itinerantes de vacinação em localidades nas quais foram registradas mortes de macacos.



Parque Nacional


O Ministério da Saúde também recomendou que Parque Nacional de Brasília, conhecido como Água Mineral, permaneça fechado por mais 10 dias, até que saia o laudo conclusivo relativo à morte de dois macacos no local. A suspeita é de que os macacos tenham contraído o vírus da febre amarela.

O secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, afirmou que a medida foi tomada considerando ao alto número de visitantes que o Parque Nacional recebe diariamente.

Segundo Gerson Pena, desde 1942 não há registro de febre amarela urbana no Brasil. Todos os casos registrados atualmente são de pessoas que contraíram a doença ao entrar nas matas. "A febre amarela tem uma vacina 99% eficaz. Ela é fabricada pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação Oswaldo Cruz. É uma doença completamente evitável", disse o secretário.

Para ele, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação em regiões endêmicas, pois, no verão, há uma maior circulação de mosquitos somada ao fato de mortes de macacos próximos a áreas urbanas.



Primeiro caso registrado


Na ultima sexta-feira (4), o trabalhador rural João Batista Gonçalves, de 31 anos, morreu em Goiânia com suspeita de ter contraído febre amarela. Segundo os médicos, os primeiros exames indicaram que o quadro dele era da doença, mas o exame que apontará a real causa da morte levará 90 dias para ser concluído.



Vacinação


Para evitar a propagação da febre amarela, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF) realiza uma campanha de vacinação desde o dia 29 de dezembro. Mais de 230 mil pessoas já foram vacinadas. O Exército vai disponibilizar homens para ajudar no combate à dengue e à febre amarela. Os soldados serão treinados pela Secretaria de Saúde para atuar em ações de prevenção.

Em Goiás, armadilhas foram montadas nas matas que ficam em áreas urbanas. Cerca de 40 animais morreram na Região Metropolitana de Goiânia em pouco mais de dois meses. Em três casos, foram confirmadas mortes por febre amarela.


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