sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Itália busca saída para crise após queda do governo Prodi

Reuters



ROMA - O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, dá início nesta sexta-feira a negociações de emergência a fim de salvar o país do limbo político em que foi atirado após a renúncia do primeiro-ministro Romano Prodi , fato responsável por gerar expectativas em torno da realização de eleições gerais antecipadas.




O 61º governo da Itália desde a Segunda Guerra Mundial ruiu na noite de quinta-feira, quando Prodi perdeu, conforme se previa, uma votação de confiança no Senado depois de ter permanecido somente 20 meses no cargo.




Até a próxima terça-feira, Napolitano realizará reuniões com o objetivo de evitar mandar os italianos de volta às urnas tão rapidamente, tentando, segundo se prevê, formar um governo interino de consenso.




Mas a oposição liderada pelo homem mais rico do país - o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi - pressiona pela realização de um pleito que, conforme sugerem pesquisas de opinião, o colocará de novo no poder.




" Precisamos realizar uma votação o mais rápido possível a fim de tirar o país desta difícil situação "

- Precisamos realizar uma votação o mais rápido possível a fim de tirar o país desta difícil situação - afirmou Paolo Bonaiuti, porta-voz de Berlusconi.




A possibilidade de uma prolongada crise política deve atrasar ainda mais a adoção de reformas econômicas prementes no exato momento em que se avizinha uma desaceleração mundial da economia.




Nos mercados já tensos, nesta sexta-feira, a distância entre os títulos de dívida dos governos italiano e alemão aumentou ainda mais, atingindo seu maior patamar dos últimos seis anos à medida que os investidores buscam segurança.




Analistas disseram que a queda do governo Prodi não deve fazer com que sejam revistas para baixo as projeções de crescimento, já que o premier gastou muita energia tentando sobreviver politicamente, não tendo tempo para realizar reformas profundas. Mas o fato pode prejudicar a recente melhora verificada nas contas públicas.




"A Itália (deve) ter um desempenho bastante inferior dentro da zona do euro, independentemente do que venha a acontecer com a crise política", escreveu em um boletim o economista Marco Valli, da Unicredit MIB.




Uma reforma eleitoral?


Sabe-se que Napolitano, um ex-comunista de 82 anos de idade, opõe-se à realização de eleições antecipadas dentro do atual e confuso sistema político da Itália, responsável por colocar Prodi no poder com uma vantagem mínima no Senado.




O presidente italiano tentará avaliar se há apoio para a formação de um governo interino, cuja principal missão seria realizar mudanças nas leis eleitorais antes de enviar os italianos de volta às urnas.




O primeiro encontro de emergência começou nesta sexta-feira, às 14h em Brasília, com o presidente do Senado do país, Franco Marini, 74. Marini é apontado como o mais forte candidato para liderar um eventual governo interino.




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