terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Forças de Israel matam 16 palestinos na Faixa de Gaza

Reuters/Brasil Online

Por Nidal al-Mughrabi


GAZA (Reuters) - Israel matou nesta terça-feira na Faixa de Gaza 16 palestinos, quase todos eles militantes do grupo Hamas, realizando uma investida classificada pela Autoridade Palestina como um "tapa na cara" do presidente norte-americano, George W. Bush.

Um voluntário do Equador, que trabalhava em um kibutz israelense (uma fazenda comunitária) da fronteira com a Faixa de Gaza, foi morto por um franco-atirador palestino. O grupo militante assumiu a responsabilidade pela morte do homem.

A onda de violência, ocorrida quatro dias depois de Bush ter concluído sua visita a Israel e à Cisjordânia ocupada, resultou no dia com o maior número de palestinos mortos desde o final de 2006. O governo israelense disse ter realizado a operação para coibir o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza.

Funcionários palestinos da área de saúde e o Hamas disseram que 16 palestinos - 13 membros do Hamas, um membro de outro grupo militante e dois civis - foram mortos em combates com as forças de Israel na parte norte do território e a leste da cidade de Gaza.

"Hoje, nosso povo foi vítima de um massacre. E nós prometemos ao mundo que nosso povo não ficará calado diante desses crimes", afirmou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a repórteres, na cidade de Ramallah (Cisjordânia).

Em nota, o governo palestino disse que "os repulsivos crimes de Israel foram um tapa na cara" dos esforços de Bush e da comunidade internacional para retomar o processo de paz na região. O processo visa à criação de um Estado palestino.

O presidente israelense, Shimon Peres, afirmou que, enquanto os militantes da Faixa de Gaza continuarem a disparar foguetes contra o Estado judaico, "não teremos outra opção se não responder a fim de impedir isso".

O Hamas opõe-se às negociações de paz incentivadas pelos EUA e realizadas por Israel e pela Autoridade Palestina. Durante sua visita de três dias à região, Bush previu que um tratado de paz será assinado antes do fim do mandato dele, em janeiro de 2009. A declaração foi recebida com ceticismo generalizado.

"Esse é um dos resultados da visita de Bush. Ele encorajou os israelenses a matarem nosso povo", disse Mahmoud al-Zahar, um dos líderes do Hamas, enquanto reconhecia em um hospital o corpo de seu filho, um militante morto nos combates mais recentes.

Israel, que retirou seus soldados e colonos da Faixa de Gaza em 2005, costuma realizar operações contra os militantes presentes no território com o objetivo de impedir o disparo de foguetes contra suas comunidades da área de fronteira.

(Com reportagem de Ori Lewis em Jerusalém e Ali Sawafta e Mohammed Assadi em Ramallah)


do site

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/01/15/forcas_de_israel
_matam_16_palestinos_na_faixa_de_gaza-328026729.asp

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