Bruxelas, 23 jan (Lusa) - O presidente da Comissão Européia (braço executivo da União Européia), José Manuel Durão Barroso, disse que a União Européia não será levada a sério se desrespeitar as metas estabelecidas no plano de combate às alterações climáticas e melhoria da eficiência energética.
Barroso falava no Parlamento Europeu, por ocasião da apresentação do pacote energético, que inclui o "roteiro" para o cumprimento das metas firmadas em março entre os Estados-membros do bloco europeu.
Em 2007, os 27 países da UE decidiram reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, principalmente o gás carbônico, em 20% (em relação a 1990) até 2020, e aumentar a cota de energias renováveis para 20% do consumo total, contra os atuais 8,5%.
As metas foram questionadas principalmente pela indústria, mas o Executivo europeu decidiu mantê-las.
Objetivo
Durão Barroso afirmou discordar "daqueles que dizem que a mudança tem um custo demasiado elevado e não resta alternativa a enterrar a cabeça na areia e esperar pelo melhor".
"Há um custo, mas é exeqüível", disse, apontando que o esforço adicional para levar a cabo estas propostas será menos de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, e mesmo no mais otimista dos cenários a "inação representaria dez vezes mais que isso".
O ex-premiê português defendeu que a transição para uma economia com redução nas emissões poluentes é "uma oportunidade econômica imensa" para a Europa, pois o setor de energias renováveis vai criar um milhão de postos de trabalho até 2020.
"Sem isso, não seremos levados a sério, quer pelos investidores, quer pelos nossos parceiros negociais, e, mais importante, pelos nossos cidadãos", afirmou, insistindo no papel de liderança que a UE assumiu no combate às alterações climáticas, reforçado após a conferência de Bali, em dezembro.
Iniciativas
O líder do Executivo europeu disse que o pacote de propostas legislativas apresentado nesta quarta-feira constitui o mais abrangente realizado pela Comissão Européia "em muitos anos".
Durão Barroso afirmou que o trabalho realizado considerou a competitividade, ao contemplar um sistema capaz de minimizar os custos para a economia européia, e também a justiça, ao reconhecer as diferentes capacidades dos países do bloco.
"Prestamos particular atenção à eqüidade, e por isso elaboramos propostas que garantem que os esforços exigidos aos Estados-membros mais pobres são realistas. Todos contribuirão, mas de acordo com a sua capacidade para investir", disse.
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