segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Aliados de Renan silenciam no plenário

Amigos preferiram tratar possível cassação do presidente do Senado com cautela.Discursos de opositores se concentraram na crítica à sessão secreta.

ROBERTO MALTCHIK

Do G1, em Brasília

Com a ausência dos principais escudeiros, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ficou sem apoio na sessão do plenário desta segunda-feira (10). Diversos pronunciamentos abordaram o caso, mas nenhum deles serviu para a defesa do parlamentar alagoano.

Oito oradores falaram ao longo da tarde. Nenhum deles para defender Renan. Praticamente todos criticaram o regimento da Casa, que prevê o voto e a sessão secretos.

"A sessão secreta possibilita a encenação, a falsidade, sobretudo quando há a contradição de, no Conselho de Ética, o voto ser aberto e, no plenário do Senado Federal, em que se dá o julgamento final, o voto ser secreto. Obviamente, quando há o desejo da encenação ou da falsidade, é possível votar de uma forma no Conselho de Ética e mudar na clandestinidade do voto", lamentou Álvaro Dias (PSDB-PR).

Normalmente, Renan é defendido de maneira enfática pelos senadores Gilvam Borges (PMDB-AP) e Wellington Salgado (PMDB-MG). Desta vez, no entanto, ambos estavam ausentes.


PMDB


Na avaliação de parlamentares, classificados pelos aliados de Renan como indecisos, o tempo prejudicou o presidente do Senado e a situação política dele piora a cada dia.

"Acho que o Renan terá surpresas dentro do PMDB", avaliou o senador Garibalde Alves Filho (PMDB-RN). Alves é um dos parlamentares com os quais o presidente do Senado conta para ser absolvido. O potiguar faz mistério, mas disse que revelará o voto nesta terça. "Preciso cumprir algumas formalidades... coisas do meu Estado", disse o peemedebista.

Para o grupo de Renan, dos 19 senadores do PMDB apenas três votariam pela cassação: Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Gerson Camata (ES).

Renan Calheiros será julgado sob a acusação de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior. No Conselho de Ética, 11 senadores pediram a cassação de Renan e quatro defenderam a absolvição.


PT


A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), adotou um discurso neutro ao longo do dia para se fixar na tese de que a legenda não terá papel decisivo no julgamento. "Não tem essa de que o PT é quem vai decidir. Tirando os partidos com apenas um senador (PCdoB, PSOL, PRB e PP), haverá divisão em todos", acredita.

A bancada petista no Senado tem 12 integrantes. Para que Renan fique sem mandato são necessários 41 votos de 81 parlamentares, a chamada maioria absoluta. No Conselho de Ética, o partido surpreendeu o peemedebista e os três integrantes do órgão disciplinar filiados ao PT votaram pela cassação – Augusto Botelho (RR), Eduardo Suplicy (SP) e João Pedro (PA).

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