quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Líbano pede a ONU que investigue morte de político anti-Síria


Da Folha Online





O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, pediu ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que instaure uma investigação sobre o atentado que provocou a morte do legislador anti-Síria Antoine Ghanem, 64, nesta quarta-feira no bairro cristão de Sin el Fil, ao leste de Beirute.





O ataque deixou outros sete mortos, segundo a Associated Press, e mais de 50 feridos.





Hussein Malla/AP





Político anti-Síria Antoine Ghanem, morto em explosão em Beirute





Além da morte de Ghanem, Siniora pediu que os assassinatos de outras figuras proeminentes anti-Síria fossem investigados.





Ghanem é a oitava figura anti-Síria proeminente que sofre um atentado no país desde 2005.
O parlamentar pertencia ao Partido Falange, que culpou a Síria pelo atentado. A reposta síria foi a condenação do assassinato.





A ONU já possui uma comissão que trabalha nas investigações do atentado contra o ex-primeiro-ministro Rafik Hariri em 2005, que levou a uma comoção no país e a subseqüente retirada dos militares sírios do Líbano.





Em 2006, a ONU e o governo do Líbano concordaram na instauração de um tribunal especial instalado fora do Líbano para julgar os suspeitos de assassinar Hariri. Além do ex-premiê, o tribunal também se encarrega do julgamento de outros crimes políticos. A Holanda concordou em hospedar o tribunal em Haia.





Eleições





Na próxima terça-feira (25), o Parlamento do Líbano deve eleger um sucessor para o atual presidente, Émile Lahoud, um político pró-Síria. Lahoud deve deixar o cargo no dia 23 de novembro.





Ghanem era parte da coalizão anti-Síria, que agora conta com 68 assentos na Casa. O Parlamento libanês possui 128 cadeiras e o número de votos necessários para ganhar por maioria é de 65 votos.





Políticos libaneses temem que os atentados se direcionam a reduzir os votos anti-Síria de forma violenta. Após o assassinato do parlamentar Walid Eido em junho, muitos legisladores tiveram de deixar o país e "tirar férias" por razões de segurança. Outros, que ficaram no Líbano, passaram a adotar medidas de segurança extremas.





Dentre os nomes cogitados para a presidência do Líbano, estão os do ex-primeiro-ministro Nassib Lahoud e do líder cristão na Casa, Michel Aoun. Outros possíveis candidatos são o comandante das Forças Armadas do Líbano, Michel Suleiman, e o diretor do Banco Central, Riad Salameh.





Reações





Em um comunicado, Ban disse que estava "chocado pelo assassinato brutal" de Ghanem e condenou o que ele classificou como um atentado terrorista.





"Tais atos de terrorismo visam minar a estabilidade no Líbano e são inaceitáveis", afirmou a porta-voz de Ban, Michele Montas.





O representante francês no Conselho de Segurança da ONU, Jean-Maurice Ripert, disse que os 15 membros do CS condenam o atentado e qualquer tentativa de desestabilizar o país nas vésperas da eleição.





"Há um padrão e este atentado parece segui-lo", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, ao condenar o ataque de hoje. Ela também citou a Síria, ao afirmar que ataques similares ocorrem contra pessoas que pedem publicamente que a Síria deixe de interferir nos assuntos internos do Líbano.


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