terça-feira, 18 de setembro de 2007

Corregedoria prende 56 PMs em dois dias no Rio; 3 são procurados


da Folha Onlineda Folha de S.Paulo, no Rio


A Corregedoria da Polícia Militar do Rio prendeu nesta terça-feira mais quatro policiais militares acusados de envolvimento de crimes na Baixada Fluminense. Outros 52 foram presos ontem (17). Segundo a PM, três policiais ainda são procurados.


Eles são acusados de associação para o tráfico de drogas, formação de quadrilha e corrupção. A Secretaria da Segurança informou que, de 2005 até o primeiro semestre deste ano, a corregedoria demitiu 553 policiais.


Somente neste ano --até o dia 31 de julho--, a corregedoria instaurou 5.381 procedimentos para investigar infrações cometidas por agentes do Estado. A corporação informou que 161 praças foram excluídos. Não foi informada a punição determinada a oficiais.


Para o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, o baixo salário dos policiais não é motivo para o envolvimento com o tráfico. "Salário não compra dignidade", afirmou.

"Infelizmente temos o envolvimento de servidores com o crime, seja na Polícia Civil, seja na Militar. Se nós quisermos oferecer segurança pública à sociedade, é imprescindível que se faça esse tipo de trabalho", disse o secretário.


Crimes


Os PMs presos ontem representam 10% do efetivo do 15º Batalhão de Duque de Caxias --nenhum é oficial. As investigações apontam que o grupo praticava extorsões em favelas da região de Duque de Caxias. Segundo Beltrame, os policiais recebiam entre R$ 2.000 e R$ 3.900 por semana para não prender traficantes e informar sobre operações policiais na região.


Para a operação, batizada de Duas Caras, foram expedidos 66 mandados de prisão --contra PMs e também contra supostos traficantes.


As investigações começaram em fevereiro, mas a secretaria calcula que a relação entre policiais e traficantes tenha começado há um ano e meio.


Segundo a Secretaria da Segurança, a prisão temporária, de 30 dias, pode evoluir para prisão preventiva e facilitar a reunião de provas para fundamentar a condenação.


Não é a primeira vez que o 15º Batalhão abriga policiais envolvidos com atividades criminosas. Dez policiais da unidade foram acusados de decapitar um homem e lançar o crânio da vítima para dentro do quartel. O crime teria sido uma represália ao comando do batalhão que apurava a participação de policiais da unidade na chacina da Baixada, que matou 30 pessoas em 2005.

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