O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (14), os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativos ao ano de 2006. De acordo com dados do IBGE, Em 2006, foram entrevistadas 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios em todo o Brasil. A pesquisa de 2007 deve ser iniciada a partir de outubro, quando cerca de 2mil entrevistadores do órgão vão iniciar o levantamento, que completa 40 anos.
Confira os principais resultados do Pnad:Trabalho Infantil - Apesar de ter apresentado redução considerável nos últimos 11 anos, o trabalho infantil ainda emprega mais de 5 milhões de brasileiros. O Pnad estimou que a proporção de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que trabalhavam em 2006 foi de 11,1%, o que representa queda em relação aos 12,2% registrados em 2005 e aos 18,7% levantados em 1995. Mesmo assim, o IBGE calcula que o número de menores de idade nessa condição chega a 5,1 milhões em todo o país.
Apenas na faixa de 5 a 9 anos de idade, existem 237 mil crianças que trabalham e estão sujeitas, em média, a uma carga horária semanal de 10,4 horas de trabalho. Entre 10 e 14 anos, o total sobe para 1,7 milhão em todo o país. Nessa faixa, 53,3% trabalham sem remuneração e chegam a exercer uma jornada de 18,4 horas por semana.
De acordo com a Pnad, o Nordeste ainda tem a maior parcela de trabalho infantil, com 14,4% das crianças e adolescentes incluídas na população ocupada (empregada). No entanto, o IBGE alega que a região apresentou a maior redução de 2005 para 2006. Em seguida, vêm as Regiões Sul, com 13,6%, e Norte, com 12,4%, também acima da média nacional.
Somente a agricultura emprega 41,4% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em todo o país. Apesar disso, o IBGE ressalta que a participação desse grupo etário na agricultura caiu 1,1 ponto percentual no ano passado, contra queda de apenas 0,2 ponto percentual nos demais setores da economia.
Segundo a pesquisa, os trabalhadores infantis são tipicamente do sexo masculino (64,4%) e negros ou pardos (59,1%). Embora 94,5% da categoria seja alfabetizada, 19% não freqüentaram a escola em 2006. A proporção de evasão escolar nessa categoria é quase três vezes superior à das crianças e adolescentes que não trabalham (6,4%).
Emprego - A criação de empregos no país em 2006 foi menor que em 2005, revela a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o aumento do número de postos de trabalho no ano passado foi de 2,4%, menos que os 3,1% registrados em 2005.
Em números absolutos, a geração de empregos também caiu na comparação com 2005. No ano passado, foram abertas 2,129 milhões de vagas, contra 2,493 milhões no ano retrasado. Em relação aos postos formais, também houve queda no ritmo. Em 2006, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada aumentou 4,7%, quase o dobro da média geral, mas inferior ao percentual de 5,2% alcançado em 2005.
Apesar da intensidade menor na criação de postos de trabalho, o desemprego, de acordo com a Pnad, caiu no ano passado, passando de 9,3% para 8,4%. De 2005 a 2006, o total de brasileiros sem trabalho passou de 8,953 milhões para 8,210 milhões.
O nível de ocupação, que mede a proporção das pessoas empregadas em relação ao total da população com mais de 10 anos de idade, ficou praticamente estável, passando de 57% para 57,2% no período. Exceto no Sudeste, onde a taxa cresceu 0,8 ponto percentual, passando de 55,4% para 56,2%, as demais regiões do país apresentaram apenas oscilação nessa taxa.
A pesquisa mostra que aproximadamente 97,6 milhões de pessoas eram economicamente ativas e assim foram consideradas por estarem trabalhando ou procurando por trabalho na última semana de setembro de 2006. Isso mostrou que a força de trabalho do país cresceu 1,4%. Seguindo essa análise, os indicadores apontam que o "aumento de 2,5% no contingente de pessoal ocupado não foi suficiente para alterar significativamente o nível de ocupação em relação a 2005".
Pelos critérios do IGBE, a população não-economicamente ativa representa as pessoas não classificadas nem como ocupadas (empregadas) ou desocupadas (desempregadas). Como a definição de desocupado engloba apenas quem não tomou providências para conseguir emprego durante o período da pesquisa, as pessoas que desistiram de procurar trabalho são incluídas na população não-economicamente ativa, em vez de constarem como desempregadas.
A pesquisa revelou ainda que a geração de empregos foi maior entre as mulheres. Segundo a Pnad, o total de vagas destinadas à população feminina foi aumentou 3,3% em 2006. Isso é quase o dobro do emprego masculino, que subiu 1,8% no ano passado.
Agricultura - O setor da economia responsável por grande parte das exportações brasileiras foi o que mais demitiu no ano passado. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a agricultura registrou queda de 3,1% no nível de emprego em 2006.
O levantamento mostrou que 569 mil postos de trabalho foram extintos na agricultura no ano passado em todo o país. A maior parte do fechamento das vagas ocorreu no Nordeste, onde 447 mil agricultores perderam o emprego. O total de trabalhadores do setor, de 17,2 milhões de pessoas, é menor até que o de 2004.
A agricultura manteve em 2006 o primeiro lugar entre as atividades que mais empregam. Mesmo assim, o fechamento de vagas no setor interferiu na participação do setor, que caiu de 20,5% em 2005 para 19,3% no ano passado. De acordo com a Pnad, a atividade foi a única a ter queda no nível de emprego.
Entre os setores especificados na pesquisa do IBGE, educação, saúde e serviços sociais, responsável por 357 mil novos postos de trabalhos em 2006, foi o que abriu mais vagas em números absolutos. Em segundo lugar, ficou o setor de comércio e reparação, com 245 mil novos empregos. Em termos proporcionais, no entanto, quem liderou a geração de empregos foram os servidores públicos concursados e militares, cujo total de contratações aumentou 7,4%, mais de três vezes a média geral da economia, de 2,4%.
O IBGE constatou ainda que algumas regiões experimentaram surtos em algumas atividades no ano passado. Apesar de responder pela maior parte das demissões na agricultura, o Nordeste registrou aumento de 10,2% no emprego na construção – o triplo da média nacional de crescimento de 3,5%. O Centro-Oeste foi a única região a apresentar aumento na participação no emprego industrial, que subiu de 10,6% para 11,2% de 2005 a 2006.
Analfabetismo - O número de analfabetos com mais de 10 anos de idade no país caiu 4,2% em 2006, totalizando 14,9 milhões de pessoas - 547 mil a menos do que em 2005. A redução fez com que a taxa de analfabetismo para essa faixa etária passasse de 10,2 % para 9,6% de um ano para o outro.
Apesar do recuo, o país mantém disparidades regionais. Mais da metade dos analfabetos com idade superior a 10 anos (7,9 mil) estavam no Nordeste, onde a taxa ficou em 18,9%, mais que o dobro da média nacional e além do triplo do que foi apurado na Região Sul (5,2%). Entre as pessoas com mais de 25 anos, a taxa de analfabetismo no país foi de13% em 2006, contra os 13,9% registrados no ano anterior.
Ainda no ano passado, o Brasil tinha aproximadamente 37 milhões de pessoas na condição de analfabetas funcionais - indivíduos com mais de 10 anos de idade e menos de 4 anos de estudo, que apesar de saberem ler e escrever encontram dificuldades para utilizar escrita e a leitura para continuar aprendendo e se aperfeiçoando.
De 2005 para 2006, a taxa de analfabetismo funcional passou de 24,9% para 23,6% da população acima dos 10 anos de idade, o que representou um milhão a menos do que em 2005. O levantamento apontou ainda aumento no tempo médio de estudo da população brasileira, que passou de 6,6 para 6,8 anos de permanência na escola de 2005 para 2006. Também cresceu a proporção de pessoas que freqüentavam a escola em todas faixas de idade até 25 anos.
Lula - O presidente Lula avaliou como positivo o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, que aponta um aumento de 7,2% no rendimento médio real em 2006, ante 2005.
Segundo o presidente, "Estamos vivendo um ótimo momento no Brasil para a economia, com diminuição da pobreza, distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida do povo. E certamente vamos fazer mais e é possível fazer mais".
Lula vai participar da abertura do seminário "Perspectivas da Economia Brasileira: Programa de Aceleração do Crescimento e Biocombustíveis” em Madri, na Espanha.
Da Redação do PERNAMBUCO.COM, com informações da Agência Brasil
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