Desaparecimento mais mediático de que há memória

Caso Madeleine

Quatro meses depois do alegado rapto da criança inglesa, muitas perguntas continuam sem resposta.

Madeleine tinha três anos quando desapareceu do apartamento onde dormia com os dois irmãos gémeos. O apartamento fica no rés-do-chão do hotel da Praia da Luz e os pais jantavam com uns amigos num restaurante a cerca de 50 metros do local.

O alarme soou por volta das 22:00, quando Kate McCann entra no apartamento e encontra a cama da filha vazia. As autoridades são alertadas e mobilizadas para o local, dando início às buscas para encontrar a criança desaparecida. Depois de várias buscas nos arredores, a Polícia Judiciária admite a possibilidade de Madeleine ter sido raptada.

Um avanço significativo nas investigações resulta de buscas efectuadas na moradia de Robert Murat, a cem metros do Ocean Club. A PJ leva material informático para ser analisado e Murat é constituído arguido.

O casal Mccann garante que não vai arredar pé da Praia da Luz. Vinte e cinco dias depois do desaparecimento, Kate e Gerry continuam a acreditar que Madeleine está viva e programam uma série «viagens relâmpago» pela Europa e pelo Norte de África.

Mais tarde, as buscas voltam a concentrar-se no apartamento do Ocean Club. Os investigadores soltam os cães pisteiros e detectam vestígios de sangue numa das paredes. A investigação ganha visibilidade e a possibilidade de Madeleine estar morta ganha consistência. A Comunicação Social lança suspeitas sobre um eventual envolvimento dos pais e, algum tempo depois, Kate e Gerry são constituídos arguidos.

Quatro meses depois do desaparecimento de Madeleine, um dia depois de terem sido constituídos arguidos, Kate e Gerry McCann abandonam Portugal. O regresso a casa estava previsto e é legalmente possível, mas foi inesperado.

O desaparecimento mais mediático de que há memória foi uma verdadeira cruzada que correu Mundo, mobilizou figuras de destaque e gerou um fundo que ascende a cerca de um milhão e quinhentos mil euros em donativos.