quinta-feira, 5 de julho de 2007

Cavaco Silva elogia a Cimeira UE/Brasil

Presidência da União Europeia
O Presidente da República, Cavaco Silva, qualificou de «claro sucesso» a I Cimeira União Europeia-Brasil. O primeiro-ministro, por seu lado, considera que a União Europeia saiu mais reforçada

VISAO.pt
O Presidente da República, Cavaco Silva, qualificou de «claro sucesso» a I Cimeira União Europeia-Brasil, no final de um jantar em honra do seu homólogo brasileiro e dos líderes europeus.
Após jantar, Cavaco Silva interrompeu uma conversa com o primeiro-ministro, José Sócrates, num dos átrios do Centro Cultural de Belém (CCB), para dizer que «a notícia mais importante do dia» era a Cimeira.
«Foi um claro sucesso», afirmou Cavaco Silva, que afirmou ter gostado do jantar com Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, além do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e mais os chefes do Governo da Espanha, Rodriguez Zapatero, da Itália, Romano Prodi, da Holanda, Jan Peter Balkenende, da Eslovénia, Roberto Fico.
A chanceler alemã, Angela Merkel, também foi convidada para o jantar oferecido por Cavaco Silva mas não pode estar presente por motivos de agenda.
José Sócrates afirmou-se satisfeito com a Cimeira que lançou a «parceria estratégica» entre a União e o Brasil. «Tantas vezes dissemos aos brasileiros que éramos a ponte com a Europa e fomos», afirmou o primeiro-ministro português, já depois da partida das delegações europeias do CCB, no meio de alguma confusão de carros e batedores da polícia.
O chefe do Governo português lembrou que esta cimeira que trouxe Lula da Silva a Lisboa foi uma proposta portuguesa que Lisboa «ganhou», através da «luta diplomática».
Visivelmente cansado, o presidente brasileiro disse que a cimeira foi importante para aproximar o Brasil da Europa e que o jantar informal também ajuda.
Antes, o primeiro-ministro português, presidente em exercício da União Europeia, afirmara que a política externa da UE sai mais enriquecida da Cimeira com o Brasil, que decorreu, na quarta-feira, em Lisboa.
«A política externa da UE sai (da cimeira com o Brasil) mais enriquecida em profundidade, mais enriquecida em coerência e mais enriquecida no seu alcance», disse Sócrates, no final da reunião, na conferência de imprensa conjunta com o presidente brasileiro, Lula da Silva, e o líder da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Na sua intervenção, Sócrates destacou que com a Cimeira UE/Brasil, Portugal concretizou uma das grandes prioridades definidas pela presidência portuguesa da União Europeia, que se iniciou domingo e termina no final do ano.
Entre os assuntos abordados na Cimeira, Sócrates destacou a Ronda de Doha sobre a liberalização do comércio mundial, no âmbito da OMC, considerando que do encontro de Lisboa saiu «a mensagem positiva» de que Europa e Brasil «não desistem de alcançar o sucesso das negociações».
O primeiro-ministro português sublinhou «a necessidade de se procurar um equilíbrio entre maior liberdade económica e desenvolvimento e maior espaço de afirmação para os países em desenvolvimento».
Segundo Sócrates, o que se espera de Doha «é um resultado benéfico para uma regulação equilibrada e justa da globalização».
O presidente em exercício do Conselho Europeu de líderes dos 27 considerou que a primeira cimeira UE/Brasil relançou as negociações de Doha, acrescentando que «vale a pena» apostar nesta via.
Questionado sobre a desconfiança de outros países do Mercosul (mercado comum da América Latina) em relação à parceria estratégica UE/Brasil, Sócrates disse que nunca encontrou «ciúmes» na América Latina, mas sim muita compreensão para uma relação moderna e estruturada entre os dois blocos.
Considerou que o Brasil, o maior país da América Latina, «não poderia deixar de ser a ’trave-mestra’ nesta relação» (UE/Mercosul) e sublinhou ainda a liderança do Brasil a nível da produção de biocombustíveis, alternativos aos combustíveis fósseis, como o petróleo, mais poluentes.
«Esta é a resposta que o Mundo tem que dar às alterações climáticas», disse, salientando que o uso de biocombustíveis é a resposta «para a redução das emissões de CO2 e uma alternativa aos combustíveis fósseis».
Por seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou que com esta Cimeira «há um novo capítulo que se abre entre a UE e o Brasil», tendo em conta que este país da América Latina é «uma potência cada vez mais relevante no Mundo».
Em relação à Ronda de Doha, Barroso afirmou que «as posições não estão assim tão afastadas» e defendeu que as negociações devem ser retomadas imediatamente, pois, caso contrário, corre-se o risco de o processo ficar congelado.
O presidente da Comissão de Bruxelas também destacou a liderança do Brasil em relação aos biocombustíveis, considerando que se trata de «um potencial imenso e uma das grandes respostas para lutar contra as alterações climáticas».
A I Cimeira União Europeia-Brasil terminou com um jantar, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, oferecido pelo Presidente da República, que começou com mais de uma hora de atraso.
O jantar reuniu Cavaco Silva, os Presidentes do Brasil, Lula da Silva, da França, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro português, José Sócrates, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e os primeiros-ministros da Espanha, Rodriguez Zapatero, da Itália, Romano Prodi, da Holanda, Jan Peter Balkenende, da Eslovénia, Roberto Fico.
O atraso da Cimeira foi tal que adiou o encontro entre Sócrates e Sarkozy, inicialmente previsto para a Residência Oficial de São Bento, e depois transferido para o CCB.
A foto de família, num dos jardins do CCB, aconteceu já anoitecia em Lisboa.
O menu do jantar, que decorreu na Sala Pessoa, do Centro Cultural, incluía sopa de coentros, garoupa no forno e quindim com fruta.

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