A governadora Wilma de Faria vai instalar na manhã desta sexta-feira o Comitê em Defesa da Transposição do Rio São Francisco, em solenidade marcada para as 10h, na Assembléia Legislativa. A medida foi acertada no início do mês, em Recife, durante reunião entre os governadores de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, estados beneficiados com a obra de integração das bacias nordestinas, cujo objetivo é assegurar a oferta de água, em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semi-árida.
Formados por representantes do poder público e da sociedade civil, os comitês criados em cada um dos estados irão acompanhar o desenvolvimento do projeto e dar apoio político para a realização das obras. Ficará a cargo destes comitês, por exemplo, organizar uma série de mobilizações para conscientizar a sociedade sobre a importância desta obra que vai levar água potável aos estados mais vulneráveis às secas, garantindo o seu desenvolvimento sócio-econômico.
Segundo a governadora Wilma de Faria, a obra de transposição do rio São Francisco é importante não apenas porque vai garantir a sustentabilidade hídrica do semi-árido, levando água para mais de 1,2 milhão de pessoas em 94 municípios, somente no Rio Grande do Norte. ‘‘O projeto também vai gerar outras obras nas áreas de saúde pública, meio ambiente e regularização fundiária’’, afirma.
O secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, vice-governador Iberê Ferreira, ressalta que a concretização do projeto no Rio Grande do Norte é aguardada com entusiasmo. ‘‘A integração do São Francisco vai proporcionar uma melhor gestão dos açudes do semi-árido do estado, com economia futura significativa de águas locais dos rios intermitentes, além de garantir água na época de seca para mais de um milhão de potiguaresö, destaca
Estratégias
Na reunião de Recife também ficou definido que, na primeira semana de agosto, os governadores irão liderar mobilizações simultâneas para ressaltar a importância da obra para seus Estados. O objetivo é impulsionar a grande mobilização que eles pretendem realizar na segunda quinzena de agosto, em Brasília, com a presença de toda a bancada federal potiguar, paraibana, cearense e pernambucana e apoio do presidente Lula.
Outra estratégia adotada pelos líderes estaduais vai ser tentar convencer os governadores da Bahia, Sergipe e Alagoas, que já se manifestaram contra a transposição, a darem apoio à obra. Para isso, eles irão dar apoio às obras consideradas prioritárias para o desenvolvimento daqueles estados.
O projeto
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do governo federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional. Trata-se da mais importante ação estruturante, no âmbito da política nacional de recursos hídricos, tendo por objetivo a garantia de água para o desenvolvimento sócio-econômico dos estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Para o Rio Grande do Norte, a obra vai beneficiar 95 municípios, (1,2 milhões de habitantes em 2025), através do aumento da garantia da oferta de água dos açudes Santa Cruz e Armando Ribeiro Gonçalves, além da perenização permanente de todos os trechos dos rios Apodi e Piranhas-Açu, em associação com uma rede de adutoras que vem sendo implantada pelo governo estadual.
O Rio Grande do Norte será contemplado com o canal do Eixo Norte. Este canal percorrerá cerca de 400 km, desde a captação no rio São Francisco, próximo à cidade de Cabrobó (PE), trazendo água aos rios Apodi e Piranhas-Açu. O Eixo Norte terá capacidade máxima de 99 m3/s e irá operar com uma vazão contínua de 16,4 m3/s de água que será utilizada para o consumo humano. Em períodos de seca, será possível alcançar a vazão máxima. Os volumes excedentes serão armazenados em reservatórios, que no RN serão Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros.
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