sábado, 21 de julho de 2007

Políticos destacam ACM na história nacional

JOÃO DOMINGOSDa Agência Estado – Salvador

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou que Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) é um tipo de político que jamais encontrará substituto. "Não creio que seu lugar seja preenchido. Ele era ele. Tinha uma personalidade totalmente diferente. Acabou", disse o senador tucano, durante o velório de ACM, na madrugada de ontem. O senador morreu na sexta-feira pela manhã, em São Paulo, de falência múltima dos órgãos, depois de mais de um mês internado no Hospital do Coração.

"Independentemente da análise que se faça da política brasileira dos diferentes pontos de vista com que seja vista, não há como negar que tanto na política baiana quanto na brasileira nos últimos 50 anos o nome de Antonio Carlos se fez presente, sempre", disse ainda Jereissati. Ele lembrou que teve uma relação política muito próxima a ACM e que, em alguns momentos, chegaram a ficar em lugares diferentes, mas sempre se reconciliaram.

"ACM era um homem que não conhecia a neutralidade, ía da ternura a explosão e tinha a incrível capacidade de transformar amigos em inimigos e inimigos em amigos", disse o senador José Sarney (PMDB-AP).

Entre os políticos baianos do grupo de Antonio Carlos, havia uma preocupação com o vazio que ficará na política do Estado e no futuro daquilo que passou a ser chamado de "carlismo".

O ex-senador Rodolpho Tourinho, por exemplo, acha que será difícil manter a coesão a partir de agora, visto que a tendência será cada um procurar o seu caminho. Isto já vem sendo feito desde que o ACM perdeu poder, em 2001, quando foi obrigado a renunciar ao mandato para fugir do processo de cassação, por ter ordenado a violação do painel eletrônico de votação na sessão que cassou o senador Luiz Estevão (PMDB-DF), em 2000.

Desde então, o ex-líder do PFL e da Minoria, e atual vice-líder do DEM, José Carlos Aleluia (BA), trilha um caminho distante de ACM. O ex-prefeito de Salvador Antonio Imbassahy, eleito duas vezes por força do padrinho, não só se afastou de ACM, como mudou de partido, entrando para o PSDB, tradicionalmente um grande adversário do grupo que foi comandado por Antonio Carlos.

Imbassahy foi um dos primeiros políticos a chegar ao velório de ACM, por volta das 22h30 de sexta-feira, no Palácio da Aclamação em Campo Grande, no Centro. Chorava muito. Disse que, apesar das divergências, tinha de admitir que ACM mudou a Bahia.

Outros políticos que se mantiveram fiéis a Antonio Carlos Magalhães, como os ex-governadores Paulo Souto e César Borges, mostravam-se ainda muito dependentes da ação do senador. "A liderança de Antonio Carlos vai continuar por muito tempo", disse Paulo Souto.

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