terça-feira, 10 de julho de 2007

Vaticano diz que Igreja Católica é a única

Por Phil Stewart

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano disse na terça-feira que outras denominações cristãs além da Igreja Católica Apostólica Romana não representam plenamente Jesus Cristo.

Um documento de 16 páginas escrito pela Congregação para a Doutrina da Fé, órgão doutrinário que já foi dirigido pelo papa Bento 16, descreve as Igrejas Ortodoxas como igrejas verdadeiras, mas que estariam sofrendo de uma "ferida" por não reconheceram o primado do papa.

O documento diz que "a ferida é ainda mais profunda" no caso das denominações protestantes.
O documento reforça o polêmico texto "Dominus Iesus", emitido em 2000 pelo então cardeal Joseph Ratzinger (o atual papa desde abril de 2005), propondo-se a esclarecê-lo devido a supostos mal-entendidos por parte de alguns teólogos católicos.

Este é o segundo documento em quatro dias no qual Bento 16 reafirma a tradição católica. No sábado, ele havia assinado um decreto readmitindo a missa em latim ao lado da liturgia moderna em idiomas locais.

O novo documento salienta que o diálogo com os outros cristãos continua sendo "uma das prioridades da Igreja Católica".

O texto foi emitido pelo cardeal William Levada, sucessor de Ratzinger como chefe de questões doutrinárias. Ele complementa o decreto sobre a missa em latim no seu objetivo de corrigir interpretações "errôneas ou ambíguas" do Concílio Vaticano 2o (1962-65).

O documento disse que a abertura do Concílio a outros credos reconhecia haver "muitos elementos de santificação e verdade" em outras denominações cristãs, mas salientava que só o Catolicismo tinha todos os elementos para ser a Igreja plena de Cristo.

O padre Augustine di Noia, subsecretário da Congregação para a Doutrina da Fé, disse que o documento não altera o compromisso com o diálogo ecumênico, mas visa a afirmar a identidade católica nessas conversas.

"A Igreja não está recuando no compromisso ecumênico", disse Di Noia à rádio do Vaticano. "Mas, como vocês sabem, é fundamental em qualquer tipo de diálogo que os participantes sejam claros sobre sua identidade. Ou seja, o diálogo não pode ser uma ocasião para acomodar ou abrandar aquilo pelo que você realmente se entende."

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