A Presidência portuguesa da União Europeia (UE) saudou hoje, em comunicado, o regresso à Bulgária das cinco enfermeiras e do médico búlgaros condenados a prisão perpétua na Líbia.
As cinco enfermeiras e o médico búlgaros condenados a prisão perpétua na Líbia por alegadamente terem contagiado intencionalmente mais de 400 crianças líbias com o vírus da Sida, foram hoje extraditadas para a Bulgária, onde à chegada receberam imediatamente o indulto presidencial.
No comunicado, hoje divulgado, a presidência da UE «reconhece o potencial para um reforço da cooperação entre a UE e a Líbia em diversas áreas de interesse mútuo e reitera o empenho na prossecução das negociações para a definição do enquadramento das futuras relações entre a UE e Tripoli».
A presidência refere ainda reconhecer «o papel construtivo desenvolvido pelas autoridades líbias e aproveita a oportunidade para manifestar o sincero apreço a todas as partes que contribuíram para alcançar uma solução baseada nos princípios da solidariedade humana».
Detidas desde Fevereiro de 1999, as enfermeiras Kristiana Valtcheva, Nassia Nenova, Valia Tcherveniachka, Valentina Siropoulo e Snejana Dimitrova, bem como o médico de origem palestiniana recentemente naturalizado búlgaro Achraf Joumaa Hajouj, regressaram hoje à Bulgária num avião oficial francês.
Com as cinco enfermeiras e o médico búlgaros também regressou o médico Zdravko Georgiev, marido de Kristiana, que também esteve detido mas que foi absolvido em 2004 quando os outros foram condenados à morte.
As enfermeiras e os dois médicos chegaram a Sofia com a mulher do presidente francês, Cecília Sarkozy, e com a comissária europeia Benita Ferrero-Waldner, que se tinham deslocado a Tripoli no domingo para tentar acelerar a extradição para a Bulgária das enfermeiras e do médico.
O avião foi recebido em Sofia pelo Presidente búlgaro, Georgi Parvanov, pelo primeiro-ministro, Sergei Stanishev, pelo titular dos Negócios Estrangeiros, Ivailo Kalfine, pelo chefe do parlamento, Georgi Pirinski, bem como por muitos deputados, diplomatas, familiares e amigos.
Os seis foram condenados à morte em 2004 por terem sido considerados culpados de propagar intencionalmente em 1999 o vírus da sida a 438 crianças líbias da cidade de Benghazi, das quais 56 vieram a falecer.
Recentemente, as autoridades líbias comutaram a pena das cinco enfermeiras e do médico para prisão perpétua.
Diário Digital / Lusa
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