VANNILDO MENDESDa Agência Estado – Brasília
Depois de uma trapalhada, quando enviaram para perícia nos EUA um gravador comum, as equipes de resgates encontraram só na madrugada de anteontem a segunda caixa-preta do Airbus A320 da TAM nos destroços do desastre ocorrido em Congonhas, no último dia 17, segundo informou o Ministério da Defesa.
O equipamento, que contém os diálogos da cabine e os registros de som na hora do acidente, foi enviado anteontem mesmo pelo Comando da Aeronáutica ao órgão de segurança de tráfego aéreo dos Estados Unidos, o Nacional Transportation Safety Board (NTSB), onde já começou a ser feita a perícia na primeira caixa-preta, o Gravador de Dados de Vôo (FDR, na sigla em inglês), que contém as informações técnicas do vôo.
Na última quinta-feira, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão que investiga a tragédia, enviou ao NTSB o que seriam as duas caixas-pretas do avião.
Mas anteontem, por meio de nota, a Aeronáutica informou que a segunda era na verdade um gravador muito danificado. Pouco depois, o Ministério da Defesa informou que, após buscas intensas durante a madrugada, a segunda e mais importante foi também localizada.
Segundo a Aeronáutica, o equipamento está avariado, mas há chance de o conteúdo estar preservado, uma vez que o material é resistente a situações extremas, como altas temperaturas e fortes impactos.
O relatório sobre os dados do vôo deve ser entregue ao governo brasileiro na próxima quarta-feira. Registrados na primeira caixa-preta, o material consiste de 53 horas de gravações com todos dados do vôo, incluindo os comandos da cabine de controle.
A análise do primeiro equipamento permitirá verificar, por exemplo, se o piloto de fato tentou arremeter o avião e se adotou os procedimentos corretos ao tentar levantar o vôo. Mas o laudo com os diálogos e sons de bordo ainda não tem previsão para ser concluído e vai depender da qualidade do conteúdo.
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