terça-feira, 24 de julho de 2007

Consumo cresce 8% em maio, diz EPE

São Paulo, 24 de Julho de 2007 - Melhora de renda e maior oferta de crédito elevam demanda do comércio e de residências. Depois de atingir recorde histórico no consumo mensal em abril, com 31,575 gigawatts-hora (GMh) negociados, a demanda brasileira por eletricidade voltou a apresentar resultado expressivo em maio, com taxa de crescimento de 8,2% sobre o volume de igual período de 2006, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia.

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São Paulo, 24 de Julho de 2007 - Melhora de renda e maior oferta de crédito elevam demanda do comércio e de residências. Depois de atingir recorde histórico no consumo mensal em abril, com 31,575 gigawatts-hora (GMh) negociados, a demanda brasileira por eletricidade voltou a apresentar resultado expressivo em maio, com taxa de crescimento de 8,2% sobre o volume de igual período de 2006, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia.

O consumo no quinto mês do ano alcançou 30.659 gigawatts-hora (GWh), puxado sobretudo pelo aumento de demanda do comércio e de consumidores residenciais. As duas classes, também responsáveis pelo bom desempenho do mercado nos meses anteriores, tiveram crescimento de 10,8% e 9,2% em maio, respectivamente, na comparação com o resultado de igual mês do ano passado.

Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, o aumento de renda da população e a maior oferta de crédito têm estimulado o consumo de energia elétrica nas residências, nos pontos de comércio e também na área de serviços. "Esses dois fatores, além da queda dos juros, têm sido a mola propulsora do mercado de energia", avalia Tolmasquim. Ele aponta os dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que mostraram aumento de 8,6% nas vendas de produtos do setor durante o primeiro trimestre do ano, para justificar o avanço do consumo de eletricidade nas residências do País durante os primeiros meses do ano. "A melhora de renda, a queda dos juros e a fartura de crédito levam os brasileiros às compras, ao mesmo tempo em que ajudam a aquecer o consumo no setor comercial e de serviços", enfatiza. Temperaturas acima da média histórica registradas ao longo deste ano em todas as regiões do Brasil - que contribui para o maior uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores - também ajudou a acelerar o consumo nacional, diz a EPE. No acumulado de janeiro a abril, houve um acréscimo de 5,2% na demanda brasileira por energia - que atingiu 151.797 GWh - sobre o mesmo intervalo de 2006, percentual acima da taxa de 4,7% verificada até abril. A previsão da EPE é que o consumo deste ano cresça 5,3% sobre o resultado obtido em 2006. Para o órgão do ministério essa taxa "é compatível com o crescimento esperado para o Produto Interno Bruto deste ano, de 4,5%".

Ainda de acordo com a EPE, o aumento no número de consumidores de energia também ajuda a explicar o avanço na demanda. O Sistema Elétrico Nacional registrou 51 milhões de consumidores residenciais em maio. Nos últimos 12 meses, terminados em maio, 1,7 milhão de consumidores foram incorporados ao sistema, o equivalente a uma média mensal de 142 mil ligações.

O aumento no número de consumidores, segundo o presidente da EPE, reflete principalmente o sucesso do programa governamental Luz para Todos, que leva eletricidade para as regiões mais remotas do País. Entre janeiro e maio deste ano, o consumo brasileiro de eletricidade nas residências teve acréscimo de 6,8%, enquanto a demanda acumulada no comércio subiu 7%. O consumo na indústria cresceu 7,2% em maio, em relação ao mesmo período de 2006. No acumulado do ano, a demanda do setor, que responde por 44% do mercado, avançou 4,2%, em linha com a expansão da produção industrial, que nos primeiros cinco meses do ano cresceu 4,4%.

A menor taxa de crescimento do consumo industrial em relação aos demais setores é atribuído por Tolmasquim ao aumento da eficiência energética e também ao impacto causado pela elevação das importações de produtos e bens, o que reduz a produção no mercado interno. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Denis Cardoso)

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