O presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, pediu neste sábado a libertação imediata de 18 cidadãos sul-coreanos seqüestrados na quinta-feira no Afeganistão, embora Seul tenha afirmado que retirará suas tropas desse país segundo o calendário previsto, no final deste ano.
"Os seqüestradores devem libertar os sul-coreanos sãos e salvos e o mais rápido possível", declarou Roh em um discurso transmitido pela televisão.
O presidente, que destacou que os reféns eram civis envolvidos em atividades humanitárias, declarou: "Civis inocentes não devem ser seqüestrados".
Os talibãs reivindicaram na sexta-feira o seqüestro de 18 jovens cristãos evangélicos sul-coreanos que viajavam de carro entre Cabul e Kandahar, cerca de 120 km ao sul da capital.
O presidente sul-coreano lembrou que os 200 militares sul-coreanos ainda presentes no Afeganistão não estavam envolvidos em combates, e sim dedicados a tarefas de saneamento e reconstrução.
Poucas horas antes, o ministro das Relações Exteriores, Song Min-soon, afirmou que a Coréia do Sul não tem a intenção de acelerar a retirada de seu contingente no Afeganistão, prevista para até o final do ano.
"O governo informou ao Parlamento no final do ano passado que o contingente de 200 soldados concluirá sua missão no Afeganistão e retornará até o final do ano", disse à imprensa Song Min-soon.
"Começamos os preparativos para efetuar essa tarefa (...) mas não se pode repatriar 200 pessoas da noite para o dia", acrescentou.
Song disse também que uma equipe de crise sul-coreana chegaria neste sábado a Cabul para ajudar na libertação dos reféns.
Os talibãs afirmaram neste sábado ter executado um dos dois reféns alemães em seu poder no Afeganistão, ao término do ultimato dado para o cumprimento de suas exigências, segundo um porta-voz dos extremistas.
As exigências eram a retirada dos 3.000 militares alemães presentes no Afeganistão e a libertação dos presos talibãs no país asiático.
No entanto, o Ministério das Relações Exteriores afegão afirmou neste sábado que um dos dois reféns alemães dos talibãs estava vivo e que o outro havia falecido, vítima de um ataque cardíaco.
"Segundo informações de organizações de segurança afegãs, um dos reféns morreu após uma crise cardíaca e o outro está vivo", declarou o porta-voz do ministério, Sultan Ahmad Baheen.
A notícia foi corroborada pelo ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.
O porta-voz dos talibãs, Yusuf Ahmadi, ressaltou que os insurgentes não haviam decidido ainda a sorte dos 18 sul-coreanos.
Os reféns partiram no dia 13 de julho para o Afeganistão para realizar "atividades evangélicas e tarefas voluntárias" em hospitais e lares de acolhida para crianças. Seu retorno estava previsto para segunda-feira, segundo informou sua igreja, a Comunidade Protestante Saem-Mul.
ckp/dm
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