quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Chinaglia defende ação para investigar fraude no leite

Mas quer que CPI não seja uma ‘ação eleitoral’.Presidente da Câmara quer 'pressão' para esclarecer o caso.
ROBERTO MALTCHIK

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu nesta quinta-feira (25) que a Casa entre na investigação sobre a venda de leite contaminado, processado em duas cooperativas em Minas Gerais. No mínimo, fazer uma pressão para se esclarecer [o caso]. Uma comissão externa, uma comissão de fiscalização. Pode ser até uma CPI”, explicou Chinaglia.

Uma comissão de técnicos de diversos órgãos de fiscalização deve se deslocar até Uberaba (MG), cidade onde o leite contaminado estaria sendo produzido. O leite estaria recebendo água oxigenada e soda caustica para que o custo fosse reduzido.

Numa operação realizada na semana passada, a Policia Federal prendeu 27 pessoas acusadas de crime contra a saúde pública. “Temos que tomar alguma atitude. Só temo que tomemos atitudes atrasadas”, adverte.

Ele não vê problemas para a investigação por meio de CPI, mas ressaltou que ela não pode ter o único objetivo de atender algum desejo eleitoral na Casa. “Fica meio chovendo no molhado. É a parte meio eleitoral do tema. Daí fica meio complicado”, destacou.



Operação


A Polícia Federal e o Ministério Público de Minas Gerais iniciaram na segunda-feira (22) a Operação Ouro Branco, para combater a adulteração de leite em Uberaba e Passos, em Minas Gerais. Já na terça-feira (23), o Ministério Público recomendou que os supermercados de Uberaba retirassem três marcas de leite longa vida das prateleiras.


A orientação tinha caráter preventivo e se baseia na informação da Polícia Federal de que o produto era fornecido pelas cooperativas mineiras Coopervale e Casmil, suspeitas de adulterar o produto com substâncias nocivas à saúde.


Durante a Operação Ouro Branco foram detidas 27 pessoas. Parte delas já foi liberada. A PF investigava havia três anos denúncias de adulteração do leite com a adição de produtos químicos, como água oxigenada, soro e até soda cáustica. A polícia descobriu que um químico de São Paulo desenvolveu uma forma de adulterar o leite, sem deixar vestígios, e vendeu a técnica para várias cooperativas do país.


Segundo o delegado federal de Uberaba, Davidson Chagas, foram encontrados problemas em três marcas de leite até agora.

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