segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Turquia pede autorização para ataque no Iraque; petróleo dispara


Por Gareth Jones e Hidir Goktas





ANCARA (Reuters) - O gabinete turco pediu na segunda-feira ao Parlamento autorização para realizar ataques contra separatistas curdos no norte do Iraque, o que Washington teme que desestabilize uma das áreas mais pacíficas do país.





Cemil Cicek, porta-voz do governo, disse que a Turquia ainda torce para que não seja necessária uma ação militar contra os curdos, que usam o montanhoso norte do Iraque como base para ataques em território turco.





"Mas a realidade mais dolorosa do nosso país, da nossa região, é a realidade do terror", disse ele a jornalistas.





O Iraque pediu à Turquia que seja "sábia e paciente" e busque "uma solução diplomática, e não uma solução militar, para resolver o [problema] dos ataques terroristas que nossa querida vizinha Turquia testemunhou por parte do PKK", disse Ali Al Dabbagh, porta-voz do governo iraquiano, citando a principal guerrilha separatista curda.





O Parlamento turco deve aprovar na quarta-feira a moção que, segundo Cicek, vale por um ano e autoriza várias operações além da fronteira.





O governo turco, de centro-direita, está sob intensa pressão da opinião pública para reagir a uma série de ataques do PKK contra soldados do país. O grupo curdo luta pelo estabelecimento de um Estado curdo no leste da Turquia.





A perspectiva de que o segundo maior Exército da Otan entre no norte do Iraque, uma região majoritariamente curda, ajudou o petróleo a atingir na segunda-feira a maior cotação da história, 86 dólares por barril, enquanto a lira turca caiu mais de 2 por cento frente ao dólar.





Os Estados Unidos pedem moderação à aliada Turquia, um país da Otan estrategicamente posicionado entre a Europa e o Oriente Médio. Mas a influência de Washington sobre Ancara está seriamente abalada por movimentações no Congresso norte-americano para qualificar como genocídio o massacre de armênios pelas forças turco-otomanas em 1915.





Ancara retirou seu embaixador em Washington e alertou para sérios danos nas relações caso a Câmara aprove em novembro a resolução proposta pelo lobby armênio, muito atuante junto à maioria democrata.


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