quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tropa de choque de Renan se desfaz

POLÍTICA


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já não conta mais com uma tropa de choque disposta a defendê-lo nos processos por quebra de decoro parlamentar -- nas últimas sessões, com o peemedebista sob pressão cada vez mais intensa, os aliados desapareceram. Um dos integrantes da tropa até mudou de lado e agora está entre os defensores do afastamento de Renan. Na sessão de quarta-feira, a tropa só tinha um remanescente.


Na primeira votação de processo por quebra de mandato, Renan escapou graças aos votos do PMDB e do PT. Os partidos, porém, já não se mobilizam para ajudá-lo. E os parlamentares da tropa de choque não aparecem mais para enfrentar os opositores. Desde terça, aliados importantes -- como o grande comandante da tropa, Almeida Lima (PMDB-SE) -- nem sequer aparecem no Congresso. O defensor que mudou de lado é Valter Pereira (PMDB-MS).


Entre todos os antigos defensores, só Gilvam Borges (PMDB-AP) compareceu normalmente às sessões. Dois líderes da mobilização para ajudar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e Roseana Sarney (PMDB-MA), não foram ao plenário. Ainda assim, Almeida Lima -- que pediu licença de três dias justamente no momento mais complicado para Renan -- insiste em dizer que Renan "está bem" e que tudo não passa de "tentativa de golpe".


De acordo com reportagem publicada nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo, um ex-aliado de Renan calcula que o senador reúne hoje no máximo 20 votos por sua absolvição numa nova votação no plenário. Acredita-se que sete ou oito peemedebistas votariam pela cassação. No DEM, ACM Júnior (BA), que votou pela absolvição no mês passado, mudou de lado. No PT, só dois parlamentares defendem a cassação do mandato do peemedebista.


Protesto - Na quarta, um grupo de deputados e senadores da oposição e da base aliada lançou um movimento que pe o afastamento imediato do presidente do Senado. Os parlamentares que inauguraram o ato apresentaram um pergaminho que trazia a frase "Senado da República: fora Renan e os 46 Calheiros”, junto com assinaturas e mensagens de moradores de Brasília. A mobilização conta com 52 deputados e 16 senadores de seis partidos.


A promessa é de que toda a quarta-feira será dia de pressão contra Renan Calheiros. Os organizadores da mobilização planejam colocar na entrada principal da Casa um documento chamado “livro do tombo”. Ali, parlamentares e cidadãos poderão deixar recados para os senadores e também para Renan Calheiros. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apoiou a mobilização -- em nota, a entidade cobrou a renúncia de Renan da presidência da Casa.

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