O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), decidiu na tarde desta segunda-feira unificar a terceira e a quarta representação por quebra de decoro contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, apontou o senador Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan, como relator das representações.
A oposição já adiantou que vai recorrer da unificação dos processos. Segundo o site do jornal Folha de S. Paulo, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que reunir os processos “é uma atitude insensata e provocativa. O Conselho de Ética tem que reagir e se manifestar contra a unificação. Isso só aumenta a tensão dentro do colegiado".
A indicação de Almeida Lima como relator dos processos também foi questionada. “A grande maioria dos senadores já tem opinião formada sobre as representações. Portanto, a decisão final não caberá a ele [Lima], mas a todos os membros do Conselho”, disse Quintanilha, segundo o site do jornal O Globo, em resposta às críticas à escolha.
Lima foi um dos três relatores do primeiro processo contra Renan – no qual o presidente do Senado foi absolvido da acusação de ter contas pessoais pagas por um lobista. Enquanto os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) recomendaram a cassação do mandato em um relatório conjunto, que foi aceito pelo Conselho, Lima recomendou o arquivamento da ação em um relatório alternativo.
As denúncias -- As duas últimas representações contra Renan no conselho nasceram a partir de denúncias feitas por VEJA. Na terceira, a revista revelou que o senador alagoano comprou, em parceria com o usineiro João Lyra, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas – por meio de laranjas e sem declarar à Receita Federal. E a quarta apuração foi aberta depois que VEJA demonstrou como Renan e o lobista Luiz Garcia Coelho armaram um esquema de propinas para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB.
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