sábado, 27 de outubro de 2007

Rebeldes curdos prometem soltar oito soldados turcos

Agencia Estado


Pressionados por um possível ataque da Turquia em larga escala, militantes do grupo separatista curdo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que estão escondidos no norte do Iraque, anunciaram hoje que os oito soldados turcos capturados há uma semana serão libertados em breve, informou a agência de notícias pró-curda Firat. Murat Karayilan, um comandante do PKK, disse que o Exército da Turquia estava atacando o lugar onde estão detidos os oito soldados turcos.

"Temos de buscar o modo apropriado para resolver a questão. Eles não podem ser libertados em qualquer parte, pois estão em um campo de batalha. Estamos dispostos a conversar com uma delegação que venha buscá-los", disse Karayilan. A libertação dos soldados foi pedida por 75 organizações não-governamentais por meio de uma declaração conjunta.

Aviões turcos continuaram hoje atacando campos de rebeldes curdos no norte do Iraque, após o fracasso das conversações diplomáticas em Ancara para impedir uma ofensiva militar turca em larga escala. O governo turco considerou insuficientes as propostas feitas por uma delegação iraquiana para conter as atividades dos rebeldes do PKK no Iraque. Segundo Ancara, cerca de 3 mil militantes do PKK usam as montanhas iraquianas de Qandil como base para seus ataques ao território turco. A Turquia atribui ao PKK a morte de 30 mil pessoas desde 1984, quando o grupo iniciou sua luta armada pela criação de um Estado independente no sudeste turco.

O governo de Ancara exige a extradição de 153 líderes do PKK, mas o Iraque disse que poderia entregar apenas 18 e suas forças de segurança não tinham condições de capturar os outros. Hoje, o primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, criticou os países da União Européia por não extraditarem os rebeldes curdos à Turquia, dizendo que eles fracassaram em apoiar a luta turca contra os separatistas. "Nenhum país da UE extraditou membros do PKK, apesar de o grupo ser considerado uma organização terrorista", declarou em um discurso na TV. Segundo Ancara, há vários rebeldes refugiados em países da Europa Ocidental.

A Turquia enfrenta intensa pressão do Iraque, dos EUA e de outros países contra uma ofensiva em larga escala, que poderia desestabilizar a região. O primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, reiterou hoje que a Turquia lançará o ataque se e quando considerar necessário. "Não precisamos perguntar nada a ninguém sobre isso", disse o premiê a uma multidão na cidade de Izmit. "Alguns países podem ter outros desejos, mas nós tomamos nossas decisões.

"Ontem, um funcionário turco disse que o país poderia esperar até Erdogan encontrar-se com o presidente americano, George W. Bush, no dia 5 em Washington antes de tomar alguma decisão sobre a ofensiva. Mas Erdogan disse hoje que a Turquia não será pressionada por datas.

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