da Folha Online, em Brasília
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deve anunciar nesta quarta-feira o nome do relator para a terceira representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) --na qual o peemedebista é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.
A representação contra Renan chegou ao conselho há quase dois meses, mas até hoje Quintanilha não conseguiu encontrar nomes para a relatoria, mesmo com parlamentares que se ofereceram para a função.
Após o desgaste com a indicação do senador Almeida Lima (PMDB-SE) para relatar o quarto processo contra Renan --já que o peemedebista integra a tropa de choque do presidente do Senado--, Quintanilha está cauteloso para escolher o novo relator. A Folha Online apurou que o presidente do conselho vai tentar indicar um nome de consenso entre governo e oposição para evitar novas críticas à sua atuação.
Um dos nomes cotados para assumir a relatoria é o do senador Jefferson Peres (PDT-AM), que agrada a oposição. Quintanilha não convidou o pedetista para a função até esta terça-feira, mas enviou emissários que sondaram o senador. Peres disse estar disposto a assumir a relatoria se não houver outros nomes que aceitem a missão.
oposição também defende nomes dos petistas Augusto Botelho (RR) e Eduardo Suplicy (SP), considerados "independentes" para a função. Suplicy já se ofereceu publicamente para a relatoria, mas Quintanilha resiste ao seu nome por ser favorável ao afastamento de Renan da presidência --o que motivou a acusar o peemedebista de manobrar a favor do presidente do Senado.
Quintanilha disse que não vai convidar senadores do DEM e do PSDB para a relatoria porque são autores da representação contra Renan, nem parlamentares do PMDB --partido do presidente da Casa.
Manobra
No plenário do Senado, parlamentares acusaram Quintanilha nesta terça-feira de manobrar em favor de Renan para retardar a indicação do relator, uma vez que a terceira representação é considerada a mais grave contra Renan pela oposição. "O presidente do Conselho de Ética é o grande responsável pela protelação deste processo. Mas em nenhum momento o Senado o responsabilizou", criticou o senador Papaléo Paes (PSDB-AP).
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) cobrou a definição de um cronograma de trabalhos para acelerar os processos contra Renan. "Essa definição de um cronograma de trabalho é fundamental", afirmou.
O DEM e o PSDB encaminharam ontem uma quinta representação contra Renan à Mesa Diretora do Senado, que vai decidir se encaminhará a matéria para análise do conselho. Os dois partidos de oposição fixaram o dia 2 de novembro como prazo limite para que Quintanilha encerre o terceiro e o quarto processo contra Renan no conselho.
Se isto não ocorrer, o DEM e o PSDB ameaçam paralisar os trabalhos do Senado em represália à demora das investigações no conselho.
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