quinta-feira, 28 de junho de 2007

11 reféns das Farc morrem em ataque militar na Colômbia

O próprio site da Farc não contém nenhuma menção ao episódio






Agência Estado






Onze ex-deputados estaduais colombianos seqüestrados há cinco anos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) morreram num ataque militar contra o acampamento rebelde no qual eram mantidos cativos, diz um comunicado publicado nesta quinta-feira em uma página na internet simpática à guerrilha.





Um ministro e um importante assessor do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disseram não dispor de informações para comentar. O próprio site da Farc não contém nenhuma menção ao episódio. Não foi possível checar a notícia junto a fontes independentes.





A informação foi publicada pela agência de notícias Anncol, que reproduziu um comunicado alegadamente publicado pelo Comando Oeste das Farc. De acordo com o texto, 11 dos 12 ex-deputados estaduais morreram no fogo cruzado depois de um "grupo militar não identificado" ter atacado o acampamento rebelde em 18 de junho.





"Estamos à espera de confirmação", disse Fabiola Perdomo, esposa de um dos deputados mantidos no local. "Estou totalmente perdida Não sabemos o que fazer", dizia ela, desolada, em uma conversa por telefone com a Associated Press.





Os 12 deputados foram seqüestrados em um ousado ataque à luz do dia em abril de 2002 na cidade de Cali. Segundo a declaração, somente um dos reféns, Sigifredo Lopez, sobreviveu. Ele fora retirado do cativeiro no momento do ataque.





"Manifestamos nossos mais profundos sentimentos aos familiares dos deputados mortos. Faremos tudo a nosso alcance para ajudá-los a recuperar os corpos o mais cedo possível", dizia a declaração.





O despacho não revela onde aconteceu o ataque, limitando-se a um comentário segundo o qual as operações do Exército colombiano na região intensificaram-se nas últimas semanas.





O Comando Oeste das Farc atribuiu as mortes à recusa de Uribe em negociar a troca de reféns por prisioneiros políticos.





"A partir do momento do planejamento da operação para detê-los e ao longo desses cinco anos, sempre foi nossa prioridade mantê-los em segurança em meio às persistentes missões de resgate", diz o comunicado.





Segundo a mensagem atribuída aos rebeldes, numa operação anterior de resgate, os guerrilheiros conseguiram retirar em segurança os reféns do acampamento atacado.





Nos últimos anos, as Farc limitaram seus contatos com a maioria das organizações midiáticas, mas usam com freqüência a Anncol para divulgar informações por meio de comunicados e entrevistas.





Jornalistas da agência queixam-se de assédio de grupos paramilitares de direita, inimigos das guerrilhas de esquerda, por causa de sua proximidade com as Farc.





Os 12 ex-deputados faziam parte dos mais de 60 reféns de destaque capturados pelas Farc ao longo dos últimos anos. Ao longo dos últimos anos, familiares dos deputados pressionavam o governo por um acordo e criticavam argumentos favoráveis a operações militares de resgate.

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