sexta-feira, 29 de junho de 2007

Turquia diz que poderá invadir Iraque para agir contra PKK

Militantes separatistas são acusados de realizar atentados em território turco






Efe






ISTAMBUL - A Turquia alertou nesta sexta-feira, 29, que seu Exército entrará no norte do Iraque caso as tropas americanas não consigam deter os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na área em que eles estão refugiados, segundo o governo turco.






A advertência foi feita nesta sexta pelo ministro de Assuntos Exteriores da Turquia, Abdullah Gül, no jornal turco Radikal, no qual afirma que a Turquia "está preparada" para uma incursão no norte do país vizinho. "Se o governo do Iraque e as forças de ocupação americanas não puderem deter o PKK, tomaremos nossa própria decisão e a executaremos", afirmou Gul.






O titular da diplomacia turca também se referiu às declarações do chefe do Estado-Maior, Yasar Büyükanit, na quarta-feira, quando pediu novamente ao Executivo uma decisão política que permita uma operação militar no norte do Iraque. "O Exército tem um plano detalhadamente preparado. Como governo, estamos cientes do plano e concordamos com ele", disse Gul.






Ao mesmo tempo, o chanceler negou que existam tensões entre civis e militares. "Não há pontos de vista diferentes entre o governo e as Forças Armadas", afirmou.






Em outra entrevista publicada nesta sexta pelo jornal Sabah, o porta-voz do governo iraquiano, Ali al-Dabbag, negou que o Executivo esteja apoiando o PKK. "Entendemos muito bem o que os turcos sentem diante deste grupo terrorista, porque também sofremos com o terrorismo em nosso país", disse Dabbag.






"Não sabemos onde o PKK está, nem o que faz. Estão nas montanhas ou em áreas fora de nosso controle", acrescentou o porta-voz, que também lembrou que o partido é um grupo proibido pelo governo central iraquiano.






Dabbag rejeitou ainda informações de que militantes do PKK estivessem refugiados no campo de Mahmur, no norte do Iraque. O porta-voz lamentou que as relações entre o Iraque e a Turquia estejam prejudicadas por culpa do PKK.






O PKK começou a atuar em 1984 para reivindicar a independência da população curda da Turquia. Desde então mais de 35 mil pessoas morreram nos combates entre os rebeldes e as forças de segurança turcas, e em atentados do grupo separatista.






Ancara acusa os curdos do Iraque e os Estados Unidos de tolerarem a presença do PKK no norte do Iraque, a partir de onde entram na Turquia para cometer atentados. Nas últimas semanas, o governo turco ameaçou novamente realizar uma incursão militar no país vizinho.

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