segunda-feira, 4 de junho de 2007

Tuma pode ouvir Cláudio Gontijo e Mônica Veloso nesta terça



A reunião seria nesta segunda, mas o corregedor teve uma crise e foi internado

BRASÍLIA - O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), está tentando agendar para esta terça-feira, 5, os depoimentos do funcionário da construtora Mendes Júnior Claúdio Gontijo e da jornalista Mônica Veloso, com quem o presidente do Senado, Renan Calheiros, tem uma filha de três anos.

Tuma quer esclarecimentos sobre as denúncias publicadas na revista Veja de que Renan teria repassado mensalmente à jornalista, por intermédio de Cláudio Gontijo, R$ 16.500, entre pagamento de pensão para a filha e pagamento do aluguel da casa em que Mônica morava.
O senador queria ouvir o lobista nesta segunda-feira, para fechar o relatório da pré-investigação sobre a representação do PSOL contra o presidente do Senado, mas ele teve uma crise de hipertensão na última noite e está internado, em observação, no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo.

Com o adiamento da ida de Tuma a Brasília, também foi cancelada a conversa que ele teria com o presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC). Uma das alternativas que Sibá cogita para relatar o processo disciplinar contra Renan é transformar o corregedor em relator para ganhar tempo e colocar um ponto final no processo contra o presidente do Senado, levando o relatório a voto no Conselho de Ética. Tuma já adiantou que não há até agora nenhuma prova que incrimine Renan.

Tuma quer ouvir Mônica e Gontijo com o objetivo de levar informações mais consistentes sobre o caso para a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que deverá ocorrer nesta quarta-feira (6) com a finalidade de analisar a representação do PSOL solicitando que o colegiado investigue "a ligação de Renan com a construtora Gautama e com a empreiteira Mendes Júnior".

Conselho de ética

Eleito no dia 30 de maio presidente do Conselho de Ética para o biênio 2007/2008, o senador Sibá Machado (PT-AC) afirmou que, na reunião do colegiado desta quarta, pretende pronunciar-se também com relação à defesa apresentada por Renan Calheiros.

O presidente do Senado afirmou, em pronunciamento no Plenário no dia 28 de maio, que todos os pagamentos efetuados por ele à jornalista foram feitos com recursos próprios e estão devidamente comprovados em extratos bancários e declarações de Imposto de Renda.

As cópias de todos os documentos aos quais Renan se referiu foram entregues ao corregedor por Eduardo Ferrão, advogado do presidente do Senado, pouco depois do término da reunião do Conselho de Ética. Apesar de a imprensa não ter tido acesso aos extratos bancários e aos comprovantes do Imposto de Renda, pois fazem parte de um processo que corre na Vara de Família em segredo de Justiça, Eduardo Ferrão garantiu que todos os comprovantes de depósitos, fontes de recursos e também dos saques em dinheiro efetuados na conta de Renan Calheiros, entre 2004 a 2006, estavam no envelope lacrado entregue a Romeu Tuma.

Na primeira reunião do Conselho de Ética da atual legislatura, Sibá evitou antecipar-se sobre a possibilidade de abertura de processo investigatório contra Renan por quebra de decoro parlamentar, mas adiantou que o posicionamento do Conselho será pautado na "seriedade e nos fatos" e com base em votação de todos os membros do colegiado. Sibá disse também que, caso o Conselho decida pela abertura de processo de investigação, deverá indicar o relator da matéria na reunião desta quarta-feira.

(Com Agência Senado)

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