sábado, 2 de junho de 2007

Exército do Líbano bombardeia campo de refugiados palestinos

Por Nazih Siddiq

NAHR AL-BARED, Líbano (Reuters) - Tropas libanesas bombardearam posições suspeitas de pertencer a militantes islâmicos em um campo de refugiados palestinos no sábado. O grupo prometeu não desistir.

"Não iremos de forma alguma entregar nossas armas porque se trata de nosso orgulho. Não podemos sequer considerar a rendição", disse à Reuters por telefone Abu Salim Taha, porta-voz dos militantes do grupo Fatah al-Islam, do campo Nahr al-Bared, ao norte do Líbano.

Soldados atiraram bombas de morteiro e granadas de artilharia, destruindo os dois prédios mais altos do campo de refugiados e deixando outros em ruínas. Um helicóptero do Exército lançou dois foguetes e atacou com metralhadoras alvos na parte costeira do campo.

"A situação no campo de refugiados é muito triste. O ataque foi pesado em todas as ruas. Mais de 60 por cento do campo foi destruído", disse Abu Darwish, um residente do campo.

O exército tem combatido os militantes do grupo Fatah al-Islam desde 20 de maio, na pior onda de violência interna no Líbano desde a guerra civil de 1975-1990. O governo libanês diz que o Fatah al-Islam iniciou a disputa ao atacar posições do Exército em volta do campo e a segunda maior cidade do Líbano, Trípoli.

O Exército pediu que os refugiados que permanecerem no campo "sejam pacientes e expulsem os criminosos que estão entre vocês". Também voltou a pedir que os militantes se rendessem, prometendo um julgamento justo.

Fontes de segurança disseram que dois soldados morreram nos combates durante a noite e mais um morreu no sábado, elevando o saldo de mortos no conflito de duas semanas para 106 pessoas, das quais 41 são soldados. Pelo menos dezesseis pessoas morreram dentro do campo na sexta-feira, mas não ficou claro se eram militantes ou civis.

Na sexta-feira, tropas de elite tomaram três das principais posições do Fatah al-Islam e destruíram refúgios de atiradores nas extremidades norte e leste do campo. Muitos dos militantes são combatentes árabes estrangeiros.

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