quarta-feira, 27 de junho de 2007

Odebrecht quer ser líder no setor sucroalcooleiro em 10 anos

Agronegócios
São Paulo, 27 - Consolidada nos segmentos de engenharia, construção e químico, a Odebrecht amplia sua atuação para o setor sucroalcooleiro e tem planos para estar entre as líderes do mercado dentro de dez anos. A companhia atuará na produção, logística e comercialização de açúcar e etanol. "Em 2006, decidimos iniciar um novo negócio e avaliamos diversos setores que poderiam agregar valor. Pelo potencial de crescimento, decidimos investir no setor sucroalcooleiro", justificou o diretor de investimentos da Odebrecht S/A, Ruy Sampaio.
Segundo o executivo, a escolha do setor sucroalcooleiro foi baseada em três pontos principais: potencial de crescimento; o fato de o Brasil ser referência mundial, ponto importante considerando que a base política e estratégica da companhia é o País; e o direcionamento do etanol para o mercado internacional, apesar de focar inicialmente a demanda interna. "Outros fatores que consideramos foi a possibilidade de inovação que o setor proporciona e a questão ambiental", justificou Sampaio.
Para alcançar o nível de liderança, a companhia investirá, no mínimo, R$ 5 bilhões apenas em produção, no horizonte de oito anos. Segundo Sampaio, esse é o volume necessário para que a empresa alcance uma capacidade de moagem de cana entre 30 e 40 milhões de toneladas. Isso é a capacidade que a líder Cosan detém atualmente. "Entretanto, dentro de oito anos essa capacidade pode não ser suficiente. Faremos o que for preciso para ser líder.
"Para investir no setor sucroalcooleiro, a Odebrecht criará uma nova empresa, cujo nome ainda não foi definido. "Certamente não terá ligação com nome Odebrecht, até porque consideramos levar no futuro a companhia para o mercado", explicou Sampaio. De acordo com o executivo, não há prazo para isso ocorrer. "Não será em oito anos, mas não será na próxima semana", disse, em tom de brincadeira.
A nova empresa será 100% Odebrecht, mas terá a parceria de antigos executivos do setor sucroalcooleiro, como Eduardo Pereira Carvalho, ex-presidente da União da Indústria da cana-de-açúcar (Unica), e Clayton Higino Miranda, ex-presidente da trading Coimex. Ambos os executivos, inclusive, haviam constituído recentemente a CZRE, empresa que atuaria na atração de capital de fundos de investimentos para o setor sucroalcooleiro e realizaria a gestão dos ativos.
Com a operação, a CZRE foi incorporada pela Odebrecht. De acordo com Miranda, que será presidente da nova empresa, as conversas com a construtora tiveram início há um mês. "Os nossos objetivos coincidiram com o plano de ação da Odebrecht. Na CZRE, estávamos nos valendo da alta liquidez do mercado. O projeto com a Odebrecht confere muito mais estabilidade."

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