sexta-feira, 15 de junho de 2007

Pais de Madeleine consideram 'cruel' divulgação de carta

Mundo em Português
Lisboa, 15 Jun (Lusa) - Os jornais britânicos destacaram nesta seta-feira as críticas dos pais de Madeleine à atitude do jornal holandês De Telegraaf, que publicou informações de uma carta anônima indicando que o corpo da garota estaria em uma área próxima do local onde ela desapareceu há mais de 40 dias. O casal Gery e Kate McCann classificou a postura do diário de “insensível e cruel”.
Segundo o diário inglês The Telegraph, a principal crítica dos McCann recai sobre o fato de o jornal ter veiculado a história sem ter entrado em contato com as autoridades portuguesas.
Os jornalistas holandeses teriam feito buscas na zona referida na carta anônima durante dois dias antes de passarem a informação à família, afirma a reportagem do jornal britânico. A matéria diz ainda que eles teriam encontrado uma toalha durante a investigação da pista, que teria sido entregue às autoridades. Testemunhas chegaram a dizer que Madeleine foi levada enrolada em um cobertor.
O holandês De Telegraaf publicou na quarta-feira o conteúdo de uma carta anônima apontando a zona de Odiáxere, como o lugar onde estaria enterrado o corpo da criança. A menina foi levada do quarto do hotel onde dormia com os irmãos gêmeos enquanto os pais jantavam em um restaurante a 50 metros do local, na região do Algarve (sul de Portugal).
O Daily Mirror relata que Gerry e Kate McCann estão “zangados” com a atitude do periódico holandês. De acordo com a reportagem, o casal disse que o De Telegraaf não deveria ter publicado a carta antes de as autoridades portuguesas terem examinado a sua credibilidade e a área descrita no documento. O jornal informa ainda que a Polícia Judiciária (PJ, polícia civil ligada ao Ministério da Justiça) portuguesa está investigando a carta anônima.
O diário The Sun também diz que os pais de Madeleine estão zangados com a publicação do documento apócrifo e consideraram a atuação do holandês como “insensível e cruel”.
O site da televisão Sky News diz que os pais da menina continuam empenhados em encontrá-la viva, enquanto a polícia está investigando a nova pista. O texto ressalta ainda que o casal ficou muito perturbado com a atitude do jornal holandês.
De acordo com a Sky News, dezenas de jornalistas portugueses e estrangeiros (espanhóis, ingleses, alemães, holandeses e austríacos) chegaram à zona indicada pela carta anônima na quinta-feira em busca de novidades.
O trabalho de buscas
O local onde estão sendo feitas buscas para apurar as informações relatadas na carta anônima sobre onde estaria o corpo de Madeleine permaneceu isolado durante toda a madrugada de sexta-feira.
Policiais da Guarda Nacional Republicana (GNR, força militarizada de segurança) impediram o acesso à área, entre os pequenos povoados de Arão e Pereira, onde investigadores estão trabalhando. O local só foi liberado por volta das 9h30 (horário local, 5h30 no horário de Brasília).
Segundo fontes da GNR, no início da manhã desta sexta-feira, oito viaturas da PJ apoiadas por duas equipes (uma delas de busca e salvamento) com cães farjadores, entraram na zona previamente isolada.
Várias pistas foram investigadas pela PJ, mas até agora apenas uma pessoa, o britânico Robert Murat, que vive nas imediações do local em que Maddie sumiu, foi indiciado.

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