quinta-feira, 7 de junho de 2007

Protesto na Paulista: pelo menos 50 são detidos



Manifestantes realizavam protesto contra o G-8 quando houve confronto com a PM.Segundo a polícia, lojas foram depredadas e carros, amassados.







Do G1, em São Paulo






O protesto de manifestantes contra a reunião do G-8 na Alemanha, que incluiu punks e anarquistas, acabou em confronto na Avenida Paulista, região central de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (7), e deixou um saldo de pelo menos 50 pessoas detidas.












Cerca de 30 foram levadas para o 4º Distrito Policial (Consolação) e outras 20 para o 78º DP (Jardins). Um coquetel molotov foi apreendido. Por volta das 18h, o 4º DP fazia uma espécie de “triagem”, separando os detidos por grupos, conforme os delitos praticados. Segundo a polícia, eles foram levados ao DP por porte de armas, drogas e dano ao patrimônio, enquanto outros foram detidos para averiguação.







Protesto e confronto







Os cerca de 150 manifestantes, segundo a PM, se reuniram no vão livre do Masp por volta de 15h e seguiram em passeata por uma faixa da Avenida Paulista até a Rua Augusta. Eles pretendiam ir até a sede do Banco Central, na Paulista. Ao chegarem na altura da Rua Augusta, segundo o capitão da PM José Carlos Borges, responsável pela operação, parte do grupo se rebelou “sem motivos”. O capitão disse que lojas foram depredadas e carros que passavam pela avenida foram amassados.








Borges disse que, depois do quebra-quebra, a PM que acompanhava o protesto pediu reforço e entrou em confronto com os manifestantes. No entanto, ele afirma que a PM não usou força física e não foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo.







Entretanto, o tenente Wellington Ricardo Mendonça confirmou ao G1 o uso de bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral para dispersar a multidão e evitar mais danos ao patrimônio público. Segundo ele, a polícia acompanhava pacificamente o protesto, mas ao chegarem na altura do Shopping Center 3, alguns manifestantes começaram a depredar a loja do McDonald’s que fica ao lado do centro de compras.








Grupo depredou lojas e bloqueou avenida. (Foto: Reprodução/TV Globo)
A vidraça da frente da lanchonete foi quebrada. Depois, segundo o tenente, os manifestantes começaram a quebrar vidraças de bancos. “Foi aí que nós iniciamos a ação com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral para dispersar a multidão e evitar mais danos ao patrimônio público", disse. Ele informou ainda que várias pessoas foram retiradas de dentro das lojas do Center 3 e levadas para a delegacia. Ele garante que se tratava de manifestantes.








Punk no cinema




O contador Júlio César Arruda, de 40 anos, disse que estava assistindo a um filme numa das salas de cinema no shopping e que foi retirado de dentro do local porque estava acompanhado de um amigo que tinha um corte de cabelo parecido com os utilizados pelos punks. Arruda disse que foi arrastado e pressionado com cacetetes até na frente do shopping com o amigo, onde dezenas de jovens protestavam contra a ação policial com gritos de guerra. O contador afirma que vai entrar com uma ação indenizatória contra o estado.








PM foi acusada de truculência; policiais afirmam que ação foi normal. (Foto: Reprodução/TV Globo)







O capitão PM José Carlos Borges diz que a polícia recebeu informações de que um dos punks que promoveu a depredação de lojas havia se escondido dentro de uma sala de cinema. Ele admite que a dupla foi retirada para averiguações, mas afirma que o contador foi conduzido para fora da sala sem qualquer tipo de agressão. O capitão disse que o mal entendido foi desfeito quando a PM encontrou dentro do shopping o manifestante suspeito de participar do quebra-quebra.







A polícia também deteve manifestantes na Avenida Rebouças e Ruas Augusta e da Consolação.
Por causa do confronto, a Avenida Paulista ficou interditada entre 16h25 e 16h44, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na altura da Rua Augusta.






Assustados, muitos pedestres passaram mal e saíram dos ônibus que circulavam no local. A médica Teresinha Pionto, de 50 anos, estava na Avenida Paulista e disse que viu várias bombas de gás lacrimogêneo sendo atiradas. Ela contou que viu uma idosa caindo no chão no meio da confusão e correu para socorrê-la. A médica disse que socorreu outras três pessoas que estavam passando mal por causa do gás lacrimogêneo.






O comércio da região baixou as portas - principalmente lojas localizadas ao lado da pista sentido Consolação da Avenida Paulista.

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