O Hamas parecia hoje prestes a derrotar os serviços de segurança fiéis ao presidente Mahmud Abbas, que advertiu para o descontrolo total em Gaza, onde confrontos interpalestinianos fizeram mais de 70 mortos em menos de uma semana.
Os combatentes do Hamas concentraram os seus ataques contra as instalações dos serviços de segurança, cujo controlo é a principal fonte de tensão, que degenerou em várias vagas de sangrentos combates desde o início de 2006.
O último assalto foi lançado contra o quartel general da Segurança Preventiva, em Khan Yunès, sul da faixa de Gaza, que activistas do Hamas fizeram explodir com a ajuda de uma carga colocada num túnel, fazendo três mortos, um dos quais um civil, segundo fontes da segurança e médicas.
O Hamas, cujos combatentes se apoderaram depois das instalações, desmentiu ter-se servido de um túnel.
Antes, activistas do movimento islamita tomaram de assalto as instalações dos Serviços de Informações e da Segurança Nacional na cidade de Gaza.
Os combatentes do Hamas atacaram estes edifícios com morteiros e lança-foguetes e desencadearam-se violentos combates com os membros dos serviços de segurança, segundo testemunhas.
«Desde o nascer do dia, há combates sangrentos, numerosos homens armados foram mortos. Os seus corpos jazem em poças de sangue», afirmou uma testemunha residente perto do QG dos Serviços de Informações.
Vinte e um palestinianos, na sua maioria combatentes dos dois campos, morreram hoje nos confrontos, elevando para 71 o número de mortos desde 07 Junho, início da última vaga de violência, segundo um último balanço.
Dois deles foram mortos quando homens armados abriram fogo contra manifestantes que desfilavam em Gaza em protesto contra a violência, segundo fontes médicas.
Depois de se terem apoderado terça-feira de várias posições dos serviços de segurança no norte e centro da faixa de Gaza, o braço armado do Hamas endereçou aos seus membros um ultimato até às 16:00 (17:00 de Lisboa) de sexta-feira para que lhe entreguem as suas armas.
«O que se recusar será considerado um procurado», afirmou o grupo.
Os confrontos alastraram entretanto à Cisjordânia, onde militantes do Hamas e da Fatah se defrontaram em Nablus.
Os confrontos começaram depois de combatentes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupo armado ligado à Fatah, terem cercado um gabinete de produção audiovisual do Hamas, segundo testemunhas.
Seguiu-se uma troca de tiros entre militantes dos dois grupos de que resultou ligeiramente ferido um transeunte.
Foi o primeiro incidente deste tipo nas Cisjordânia desde o início da última vaga de confrontos.
Quarenta membros da Segurança Preventiva refugiaram-se, entretanto, no Egipto para fugir aos combates, anunciou uma fonte da segurança egípcia.
O porta-voz da Fatah, Tawfiq Abu Khussa, acusou os islamitas de «aplicarem um plano para tomar o controlo da faixa de Gaza», garantindo que o seu movimento «dá provas de contenção para não mergulhar o território numa guerra civil».
«Sem o fim dos combates, penso que a situação vai desmoronar-se em Gaza», declarou, por seu turno, à imprensa, em Ramallah, Mahmud Abbas, que falou telefonicamente com o líder do Hamas, Khaled Mechaal, residente em Damasco, sobre os meios para pôr fim à violência.
A presidência palestiniana acusara terça-feira o Hamas de preparar um «golpe armado» e de «pretender provocar uma guerra civil».
Entretanto, estava previsto para hoje à tarde uma reunião de representantes do Hamas com mediadores da delegação egípcia destacados em Gaza, para analisar a degradação da situação de segurança no território. Para mais tarde, está previsto um encontro com representantes da Fatah.
Entretanto, em Bruxelas, o chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, considerou hoje que «todas as opções» devem ser consideradas para restabelecer a calma no sul da faixa de Gaza, incluindo a de um papel crescido para a missão civil europeia no posto fronteiriço de Rafah.
«É tempo de admitir todas as opções», declarou Solana, acerca da possibilidade de estacionamento de uma força internacional na fronteira entre o sul da faixa de Gaza e o Egipto, uma proposta evocada pela primeira vez na terça-feira pelo primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert.
«Estamos já no local», recordou, acerca da missão de observadores da UE estacionada no terminal rodoviário de Rafah, único ponto de passagem terrestre da faixa de Gaza que não desemboca em território israelita.
«A situação torna-se verdadeiramente dramática. Mantive contactos toda a noite com Abu Mazen (Mahmud Abbas) e terei outros hoje», acrescentou à imprensa, durante uma visita ao novo centro das operações militares da União Europeia, em Bruxelas.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou entretanto os grupos armados palestinianos de cometerem «crimes de guerra» contra civis durante os combates.
Por seu turno, a agência da ONU para ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA) suspendeu hoje parcialmente as suas actividades na faixa de Gaza, após a morte de dois dos seus funcionários, apanhados no meio dos confrontos interpalestinianos.
Um governo de união juntando o Hamas e a Fatah está instalado desde Março, após um acordo de reconciliação assinado na Arábia Saudita destinado a pôr fim a um ano de violência que fez centenas de mortos.
Os confrontos recomeçaram contudo em Maio devido a divergências quanto um plano destino a acabar com o caos a nível da segurança.
A amplitude sem precedentes dos combates continua a suscitar reacções de inquietação no mundo. A Rússia apelou a um «cessar-fogo imediato» e advertiu contra «uma confrontação que poderá degenerar num caos total», a presidência alemã da UE exortou a que seja «impedida a guerra civil» e, tal como a França, reafirmou o seu apoio ao presidente Abbas.
Diário Digital / Lusa
Os combatentes do Hamas concentraram os seus ataques contra as instalações dos serviços de segurança, cujo controlo é a principal fonte de tensão, que degenerou em várias vagas de sangrentos combates desde o início de 2006.
O último assalto foi lançado contra o quartel general da Segurança Preventiva, em Khan Yunès, sul da faixa de Gaza, que activistas do Hamas fizeram explodir com a ajuda de uma carga colocada num túnel, fazendo três mortos, um dos quais um civil, segundo fontes da segurança e médicas.
O Hamas, cujos combatentes se apoderaram depois das instalações, desmentiu ter-se servido de um túnel.
Antes, activistas do movimento islamita tomaram de assalto as instalações dos Serviços de Informações e da Segurança Nacional na cidade de Gaza.
Os combatentes do Hamas atacaram estes edifícios com morteiros e lança-foguetes e desencadearam-se violentos combates com os membros dos serviços de segurança, segundo testemunhas.
«Desde o nascer do dia, há combates sangrentos, numerosos homens armados foram mortos. Os seus corpos jazem em poças de sangue», afirmou uma testemunha residente perto do QG dos Serviços de Informações.
Vinte e um palestinianos, na sua maioria combatentes dos dois campos, morreram hoje nos confrontos, elevando para 71 o número de mortos desde 07 Junho, início da última vaga de violência, segundo um último balanço.
Dois deles foram mortos quando homens armados abriram fogo contra manifestantes que desfilavam em Gaza em protesto contra a violência, segundo fontes médicas.
Depois de se terem apoderado terça-feira de várias posições dos serviços de segurança no norte e centro da faixa de Gaza, o braço armado do Hamas endereçou aos seus membros um ultimato até às 16:00 (17:00 de Lisboa) de sexta-feira para que lhe entreguem as suas armas.
«O que se recusar será considerado um procurado», afirmou o grupo.
Os confrontos alastraram entretanto à Cisjordânia, onde militantes do Hamas e da Fatah se defrontaram em Nablus.
Os confrontos começaram depois de combatentes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupo armado ligado à Fatah, terem cercado um gabinete de produção audiovisual do Hamas, segundo testemunhas.
Seguiu-se uma troca de tiros entre militantes dos dois grupos de que resultou ligeiramente ferido um transeunte.
Foi o primeiro incidente deste tipo nas Cisjordânia desde o início da última vaga de confrontos.
Quarenta membros da Segurança Preventiva refugiaram-se, entretanto, no Egipto para fugir aos combates, anunciou uma fonte da segurança egípcia.
O porta-voz da Fatah, Tawfiq Abu Khussa, acusou os islamitas de «aplicarem um plano para tomar o controlo da faixa de Gaza», garantindo que o seu movimento «dá provas de contenção para não mergulhar o território numa guerra civil».
«Sem o fim dos combates, penso que a situação vai desmoronar-se em Gaza», declarou, por seu turno, à imprensa, em Ramallah, Mahmud Abbas, que falou telefonicamente com o líder do Hamas, Khaled Mechaal, residente em Damasco, sobre os meios para pôr fim à violência.
A presidência palestiniana acusara terça-feira o Hamas de preparar um «golpe armado» e de «pretender provocar uma guerra civil».
Entretanto, estava previsto para hoje à tarde uma reunião de representantes do Hamas com mediadores da delegação egípcia destacados em Gaza, para analisar a degradação da situação de segurança no território. Para mais tarde, está previsto um encontro com representantes da Fatah.
Entretanto, em Bruxelas, o chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, considerou hoje que «todas as opções» devem ser consideradas para restabelecer a calma no sul da faixa de Gaza, incluindo a de um papel crescido para a missão civil europeia no posto fronteiriço de Rafah.
«É tempo de admitir todas as opções», declarou Solana, acerca da possibilidade de estacionamento de uma força internacional na fronteira entre o sul da faixa de Gaza e o Egipto, uma proposta evocada pela primeira vez na terça-feira pelo primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert.
«Estamos já no local», recordou, acerca da missão de observadores da UE estacionada no terminal rodoviário de Rafah, único ponto de passagem terrestre da faixa de Gaza que não desemboca em território israelita.
«A situação torna-se verdadeiramente dramática. Mantive contactos toda a noite com Abu Mazen (Mahmud Abbas) e terei outros hoje», acrescentou à imprensa, durante uma visita ao novo centro das operações militares da União Europeia, em Bruxelas.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou entretanto os grupos armados palestinianos de cometerem «crimes de guerra» contra civis durante os combates.
Por seu turno, a agência da ONU para ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA) suspendeu hoje parcialmente as suas actividades na faixa de Gaza, após a morte de dois dos seus funcionários, apanhados no meio dos confrontos interpalestinianos.
Um governo de união juntando o Hamas e a Fatah está instalado desde Março, após um acordo de reconciliação assinado na Arábia Saudita destinado a pôr fim a um ano de violência que fez centenas de mortos.
Os confrontos recomeçaram contudo em Maio devido a divergências quanto um plano destino a acabar com o caos a nível da segurança.
A amplitude sem precedentes dos combates continua a suscitar reacções de inquietação no mundo. A Rússia apelou a um «cessar-fogo imediato» e advertiu contra «uma confrontação que poderá degenerar num caos total», a presidência alemã da UE exortou a que seja «impedida a guerra civil» e, tal como a França, reafirmou o seu apoio ao presidente Abbas.
Diário Digital / Lusa
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