quinta-feira, 7 de junho de 2007

Comando capturado

Eta: três operacionais detidos em França
Na primeira operação policial conjunta entre Espanha e França desde que a ETA anunciou o fim das tréguas, na passada terça-feira, três alegados etarras, dois homens e uma mulher, foram detidos em território francês. Segundo o ministro espanhol Alfredo Pérez Ribalcaba, os três integravam um comando do aparelho militar da organização terrorista basca.
Um dos presos, Aitor Lorente Bilbao, tinha sido libertado no Verão por ordem de um juiz da Audiência Nacional, contra a vontade do seu colega Baltasar Garzón.
De acordo com Rubalcaba, além de Aitor Lorente Bilbao foram ainda detidos na localidade de Bagnères de Bigorre, no Sul de França, Igor Igartua e Alaitz Areitio, de 28 anos. Esta última estava incluída na lista dos terroristas mais procurados pela Guardia Civil por alegadamente ter a seu cargo o recrutamento (para as fileiras da ETA) de jovens em Guipúzcoa. Fontes policiais também a relacionam com o carro-bomba que explodiu em 2005 no bairro de San Blas, em Madrid, e com o roubo, em França, de 350 armas, em Outubro de 2006, quando estava em vigor o cessar-fogo da ETA
Um dos outros detidos, Aitor Lorente Bilbao, tinha cumprido pena de seis anos de prisão e foi libertado o ano passado por ordem do juiz Santiga Pedraz, que decidiu arquivar o processo do assassinato do senador do Partido Popular Manuel Giménez Abad, de que Bilbao era suspeito de envolvimento, por considerar que não existiam provas suficientes contra ele. A libertação de Bilbao esteve rodeada de grande polémica, com o juiz Garzón a aproveitar as férias do seu colega para revogar a decisão. Só que, quando Pedraz regressou à Audiência Nacional, voltou a decretar a liberdade provisória para o etarra. Quanto ao terceiro detido, Igor Igartua Echevarría, de 37 anos, também surgia na lista dos mais procurados.
EXPO DE SARAGOÇA É ALVO
A primeira ‘investida’ policial contra a ETA após o fim das tréguas revela a preocupação quanto a ataques iminentes. Fontes policiais citadas pelo diário madrileno ‘El Mundo’ afirmam que a próxima Expo Universal de Saragoça ou mesmo a Taça América de Vela, que decorrerá em Valência, são alvos preferenciais dos etarras.
No plano judicial o Supremo Tribunal estava ontem a analisar o recurso de Arnaldo Otegi, porta-voz do Batasuna (braço político da ETA) contra a pena de 15 meses de prisão que lhe foi decretada pela Audiência Nacional por enaltecer o terrorismo. Se a pena for confirmada o líder basco poderá entrar de imediato na prisão para cumprir a condenação.
SAIBA MAIS
10 são as tréguas que a ETA já declarou ao longo da sua história. A mais longa, decretada em 18 de Setembro de 1998, durou 439 dias.
800 é o número de vítimas da ETA. O atentado mais sangrento que é atribuído aos etarras bascos teve lugar num centro comercial de Barcelona, com um carro-bomba. Morreram 21 pessoas.
ORGANOGRAMA
A estrutura tradicional da ETA refere pelo menos dois ramos distintos. O aparelho político, liderado por Josu Ternera (actualmente na clandestinidade) e o militar, dirigido por Garikoitz Txeroki.
COMANDOS
Após a detenção, em 2004 e 2005 de mais de 160 etarras, a estrutura clássica da ETA mudou, sobretudo após o aparente desmantelamento dos temidos comandos Donasti (S. Sebastian), Vizcaya e Madrid. Actualmente, o organograma é mais difuso, com membros itinerantes a introduzirem-se pontualmente em território espanhol.
Lurdes Mestre/com agências

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